[Contos de Junho] Alexandre e Ela por Aline Duarte AN

Olá Leitores!

Depois de hiatos de dois meses, estamos finalizando a Semana de Contos de Junho! Escolhi para esse dia meu conto, ele surgiu de um final de semana, romantizei um pouco, tirei algumas partes coloquei outras, mas boa parte está ai. Espero que gostem.

Alexandre e Ela
Título original: Festa Havaiana


Um final de semana e uma festa havaiana, definem o conto Alexandre e ela, um amor encontrado.


"Vai ser legal", elas disseram, mas Camille não acreditou.

Suas amigas eram doidas, isso era fato, mas eram insubstituíveis. Tania, Marina e Yohanna "batem cartão" nas baladas todos os finais de semana, e se em alguma conversa elas ouvirem open bar, lá iriam elas.

Camille não gostava muito, mas sempre dizia com um sorriso sincero "Vão e se divirtam", quando se despedia de suas amigas. Mas dessa vez, não teria argumento do universo que faria suas amigas a deixarem em casa.

Último ano da faculdade, logo chegaria a formatura e o quarteto iria se separar, ou para voltar para a casa dos pais, ou ir para outra cidade trabalhar, ou seja, não estariam mais juntas, e algo tinha de ser feito, mas elas já haviam planejado tudo, seria o Programa de Despedida, que iniciaria na sexta-feira e terminaria no domingo daquele verão.

Convencer Camille a passar o final de semana no hotel foi fácil, o problema seria tirar ela do quarto do hotel e festar com o trio esses quatro dias.

Na sexta-feira marcada, saíram cedo do alojamento do campus em um carro dos pais de Tania, que a emprestou para usar enquanto estava fora estudando, cerca de duzentos quilômetros distante de casa. O carro era confortável e a viagem tranquila. O hotel ficava em uma cidade visinha, mas não era muito longe, uma hora depois as quatro amigas passaram pelos portões do hotel.

Esse final de semana não surgiu assim "do nada", os veteranos que se formariam esse ano se organizaram o desde cedo para esse evento. Planejamento, orçamento, e lugar estratégico, tudo calculado nos mínimos detalhes para ser a festa que aquele campos jamais viu.

Escolheram um hotel completo, com área de festa mais afastada dos dormitórios, piscina com parque aquático e bar, ou seja, lazer o dia inteiro. Seria um final de semana com direito a tudo mesmo.

As meninas conheceram o local quando participaram da escolha do hotel, mas ainda assim ficaram deslumbradas ao chegarem lá. A forma como os olhos das jovens brilharam encantadas com a decoração em havaiano, confirmava que por isso elas não esperavam.

Nos pilares, espiral de flores havaianas desciam do teto ao chão. Nas cadeiras de sol, toalhas de estampas florais. A recepção, na hora de fazer checkin, os atendentes estavam todos vestidos a caráter.

— Uaau — o quarteto disse em uníssono quando entraram na suíte quádrupla.

Do lado esquerdo do quarto tinham quatro camas de solteiro, todos caracterizados no tema. Guardaram as roupas no armário, vestiram biquínis e foram direto para a área da piscina, pois o dia prometia um dia típico tropical da região.

Chegando na área da piscina, as meninas deram uma passada no bar, e as fantasias de dançarinos de ula dos barmans chamou a atenção. As bebidas alcoólicas eram servidas na casca da fruta, abacaxi, por exemplo. Camille preferiu água de côco direto do fruto, enquanto suas amigas pediam suas bebidas e faziam perguntas íntimas para os atendentes. Sorte que eram todos solteiros. Elas pegam suas bebidas e caminham até as cadeiras perto da piscina cumprimentando um ou outro aluno do campus que reconhecem. Exceto Marina que ficou para trás por alguns minutos.

— Amigas! — Marina chegou eufórica perto das cadeiras onde as meninas estão sentadas, Camille, Yohanna e Tania estão sentadas lado a lado nas cadeiras onde pegavam sol.

— O que aconteceu Marina? — Tania perguntou preocupada.

— Aquele barman ali — ela apontou discretamente para o rapaz que agora limpava o balcão— ele consegue ingresso VIP para nós, com direito a bebida livre.

Marina contou os detalhes de como iria fazer, mas Camille, que pouco bebe, apenas ouviu a amiga bebericando seu refresco sem dar muita importância. Já havia decidido somente usar apenas o ingresso smart de aluna, que lhe dava direito à água e refrigerante, totalmente livres.

O sol chegou à pino, próximo ao meio dia e após encontrar outras colegas de classe todas vão desfrutar do almoço no restaurante do hotel.

Lá encontravam-se o restante da turma, entre outros alunos de outros semestres. Servem-se e depois cada um vai para a sua mesa, previamente planejado, caso contrário seria uma bagunça, com certeza.

— E como estão os preparativos para a festa? — Patricia, uma loira natural amiga de classe das garotas, perguntou animada.

— Combinamos o seguinte — Tania começou a falar — depois do almoço nós vamos para nosso quarto começar a nos arrumar, trouxemos nosso kit de maquiagem, manicure e tudo mais, para ficarmos produzidas por completo.

E o plano continuou, Camille se animou, ela gostava de se cuidar, e por isso ficou com a pele. Iria fazer um cuidado básico e depois maquiar todas.

Yohanna gostava de unhas, mesmo estudando direito. Então iria preparar todas as unhas das meninas. Tania preferia cabelo, então depois de cada uma tomar banho e lavar os cabelos, ela iria cuidar dos penteados.

E tudo seguiu como o planejado. Primeiro, uma a uma foram tomando seus banhos e vestindo seus vestidos curtos e decotados, depois esmaltaram suas unhas, embelezaram seus cabelos e por último, a maquiagem. E antes de sair do quarto do hotel, tomaram uma "saidera" que Marina conseguiu escondido com seu amigo barman.

Todas prontas para a festa, as meninas caminharam no horário combinado e na companhia de seus colegas de farra, em seus saltos altos e vestidos curtos até o local da festa. Perto da piscina havia uma placa indicando para onde ir. Um corredor à direita de cimento subia em um caminho ladeado de folhas verdes e tochas de bambus, uma trilha sinuosa até o alto de uma colina com uma vista deslumbrante para a praia. Lá em cima o som eletrônico já vibrava nos corpos que se mexiam no compasso.

Naquela hora o sol já beijava o oceano, indicando que logo escureceria e as luzes acesas nas tochas dariam vida àquele lugar.

— Vamos — Marina apressava as amigas passando pelo caminho — ali está o barman que vai nos liberar aquele ingresso.

Ela quase saiu correndo em seu salto, e as amigas foram junto, pegaram seus ingressos e entraram no barracão onde era a pista principal da festa.

Ali era um local mais aberto, no fundo era a pista com o DJ, e o bar era à direita. Ainda era cedo, mas a pista já estava lotada, todos queriam curtir desde o começo. Elas foram direto pegar as bebidas e depois se jogaram na pista dançar.

Não muito tempo depois, as amigas de Camille já estavam muito bêbadas e dançando loucamente com uns rapazes que estudavam em outras turmas. Elas curtiam e beijavam seus "peguetes" como se não houvesse amanhã.

Camille, que nada bebeu, e ainda era desacostumada a usar aqueles saltos malucos, se viu obrigada a sair daquela muvuca e encontrar um lugar fresco e uma poltrona para se sentar e descansar os pés.

Seguiu o caminho para fora da tenda principal costurando entre a multidão de jovens dançantes, caminhando até lateral da tenda. Era um lugar mais reservado, com algumas poltronas, e ainda tocava um lounge mais tranquilo do que o eletrônico na pista principal. Era um percurso rápido em linha reta, mas foi interrompido por Verônica, a menina mais metida e irritante aquele campus.

Camille tentou se esquivar entre algumas pessoas, mas não deu certo, só foi a bruxa colocar os olhos nela para derramar "sem querer" o conteúdo rosa florescente de seu copo. Além de abandonada pelas amigas, com dores e calos nos pés, agora estava encharcada de bebida cara. O que ela mais queria era um cantinho para se sentar e jogar para a fora suas mágoas.

Levantando o olhar a moça vê um lugar vago, agradeceu ao céus quando retirou as sandálias dos pés e fez uma leve massagem, após ficar descalça.

— Desculpa incomodar — um rapaz moreno dos olhos amendoados se aproxima discretamente lhe entregando uma toalha com estampa de flores.

Camille nem consegue o encarar, de tão envergonhada e com lágrimas escorrendo dos seus olhos, apenas agradece baixinho e começa a se secar. Mas ele não se importou e continuou.

— Sou o Alexandre, muito prazer. — ele estende a mão direita, e um sorriso surge nos lábios da moça.

— Sou Camille — ela levanta a mão para encontrar com a do homem, um aperto firme nas mãos macias e delicadas da moça, ele agora se senta no lugar que vagou ao seu lado.

— Parece que a noite não foi muito legal com você — ele diz observando o estado decadente de Camille. — não que eu esteja caçoando de você — ele respondeu quando um olhar repreendedor surgiu no rosto da jovem.

— Tudo bem, obrigada pela gentileza — Camille desabafa aliviando os ombros e mostrando o cansaço.

Um papo agradável surgiu depois que a barreira da timidez e desconfiança foi ultrapassada. Pediram uns sucos especiais para acompanhar a conversa, logo depois Alexandre confessou ser o gerente do hotel.

— Então você está me tratando com gentileza para redimir minha "ótima" noite? — perguntou Camille em tom de brincadeira.

Alexandre confirmou rindo alto, e ela o acompanhou, com um sorriso que ele admirou.

—"Vai ser legal" elas disseram, mas eu não acreditei, e olha só — ela gesticulou entre os dois — elas tinham razão.

A conversa foi tão boa que a hora passou voando, e no final, ela estava se divertindo mais que suas amigas. O primeiro beijo não demorou a vim e quando a noite para os festeiros terminou, a de Alexandre e Camille só estava começando.

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Capa e Betagem por Michaeladias

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