Entrevista com a escritora Ironi Jaeger



Olá leitores pensativos,

Saímos do folclore da Karoline, e da profundidade cultural nortista de Luiz Felipe. Agora, nos preparamos para desvendar a arquitetura da manipulação, voltando nosso olhar para as dinâmicas humanas mais complexas.

Nosso tema é um mergulho na prisão psicológica e na manipulação emocional.

Nossa convidada de hoje é Ironi Jaeger, escritora brasileira amplamente reconhecida por suas obras que exploram temas de psicologia e introspecção. Ironi, que é bacharel em Teologia Livre e coordenadora do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL), traz uma visão profunda sobre a experiência humana.

Ela está lançando o romance "Prisão da Mente", que narra a história de uma artista, presa na teia de mentiras e jogos psicológicos de um homem encantador, mas profundamente manipulador.

Ironi, muito obrigado por aceitar nosso convite. Vamos falar sobre como desvendar essa "prisão da mente" e a importância da literatura para expor as faces do abuso.

Biografia da escritora


Ironi Jaeger é uma escritora brasileira, amplamente reconhecida por suas obras que exploram temas como psicologia e introspecção. Com uma visão profunda da experiência humana, suas narrativas frequentemente abordam questões emocionais e sociais, consolidando seu lugar na literatura brasileira contemporânea.

Atualmente, Ironi é coordenadora do FLAL (Festival de Literatura e Artes Literárias) e reside em Alvorada, onde vive há 30 anos. Ela é bacharel em Teologia Livre e se destaca como escritora, contista e cronista.

Obras Publicadas
  • "Ofanins entre o céu e a terra" (2016)
  • "Com outros olhos" (2017)
  • "O segredo da família Romans" (2018)
  • "O grão da mostarda" (2020)
  • "Cidade de passagem" (2021)

Antologias

  • "Protagonismo feminino" (2018)
  • "Reencontro em linhas" (2019)
  • "Coleção Fênix" (2020)
  • "Distopia 2077" (2020)
  • "Pavor e CIA" (2021)



Sinopse da obra "Prisão da Mente"


Em uma cidade que brilha por fora, mas esconde segredos sombrios, Victor, um homem encantador e manipulador, tece uma teia de mentiras para controlar as mulheres ao seu redor.Quando a sensível artista Clara cruza seu caminho, ela se vê presa em um jogo psicológico aterrorizante.Para escapar das garras de Victor e revelar sua verdadeira face, Clara precisa confrontar seus medos mais profundos e desvendar os mistérios que o cercam.



Perguntas Pessoais


[Blog Pense Repense] Como sua formação em Teologia Livre influencia a forma como você aborda a vida e a psicologia nas suas histórias?

[Ironi Jaeger] Estudar teologia ajuda a desenvolver a capacidade de argumentação e organização dos pensamentos. Além de exigir um raciocínio organizado. Ajuda a interpretar textos de forma clara o que reflete numa escrita mais coerente e persuasiva.

Promove a análise crítica sobre textos complexos e a capacitação para construir argumentos mais sólidos.

Além disso, a Teologia ajuda na leitura profunda; vocabulário especializado; organização de ideias; formação de lideranças e claro conhecimento cultural e social .


[Blog Pense Repense] Você vive em Alvorada há 30 anos. Essa vivência na cidade impacta de alguma forma suas narrativas ou a criação de cenários para seus livros?

[Ironi Jaeger] Ainda não usei a cidade como cenário. Ajuda muito no conhecimento sobre as condições humanas, o jogo do poder político, o descaso com as pessoas e todos os problemas que uma cidade enfrenta.


[Blog Pense Repense] Como escritora, você também é cronista e contista. O que te atrai mais em escrever contos e crônicas em comparação com um romance longo?

[Ironi Jaeger] Escrever contos é contar uma história de forma descontraída e rápida, sem muitos personagens e cenário elaborado, o que é divertido.

Escrever crônicas é uma necessidade, porque alguns assuntos não cabem em contos e precisam de uma narrativa mais pessoal, por isso escrevo crônicas.

Já o romance, é criar uma narrativa mais complexa, dar vida aos personagens e os conduzir por páginas e páginas contando sua história, manias e dramas, Por isso preciso dos três estilos de escrita.


[Blog Pense Repense] Você é a coordenadora do FLAL. Como a experiência de organizar um festival de literatura muda sua visão sobre o mundo literário no Brasil?

[Ironi Jaeger] Coordenando o FLAL, aprendi que o autor pode se beneficiar muito da visibilidade e o contato com o público. O leitor pode conhecer os escritores e adquirir novos hábitos de leitura e contato com seus escritores preferidos.

Eventos como esse são um espaço de encontro, aprendizado, divulgação de obras e aquecimento do mercado.


[Blog Pense Repense] Em seus livros, você explora muito a introspecção e as emoções. Existe algum tema pessoal que te inspirou a transformar em ficção?

[Ironi Jaeger] Cada escritor tem um tema sobre o qual tem facilidade de escrever. Tenho facilidade na auto-observação para entender os pensamentos e o comportamento das pessoas. Para quem deseja escrever sobre investigação, a introspecção é o carro chefe para entender a alma humana, os sentimentos e as ações, para entender o porquê um personagem age daquela ou outra maneira.

Acho que fico entre a psicologia e a investigação. Gosto dessa concentração porque pelas ações dos meus personagens encontro soluções para meus dilemas pessoais. Então embora eu não revele, sim, temas pessoais inspiram se transformam em ficção


Perguntas sobre Literatura



[Blog Pense Repense] Como você vê o papel da literatura na sociedade atual quando as pessoas passam boa parte do dia nas redes sociais vendo vídeos e memes?

[Ironi Jaeger] Teremos de aprender a jogar, não temos escolhas. A literatura continua a ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento crítico, permitindo a compreensão de outras perspectivas.

A leitura funciona como um exercício para o cérebro, promovendo saúde mental e a imaginação. Além disso, a literatura continua sendo a porta de entrada para novas realidades e culturas. Ela é um contraponto a velocidade e superficialidade do conteúdo online.


[Blog Pense Repense] Qual é a sua opinião sobre a importância da leitura para o desenvolvimento da imaginação? Como você se inspira para suas histórias?

[Ironi Jaeger] O contato com a leitura é essencial e de fundamental importância para escrever, pois a leitura te transporta para um mundo invisível, fazendo com que a minha imaginação crie automaticamente novos personagens, aguçando a vontade de dar vida a eles. Não me vejo escrevendo sem antes ter uma boa leitura.


[Blog Pense Repense] Observamos uma grande mudança nas redes sociais: saímos dos posts estáticos, passamos pelos carrosséis e, hoje, o foco são os vídeos curtos. Qual foi o momento que você percebeu que precisava fazer essa transição de formato na sua divulgação e como isso impactou a forma como você se conecta com seus leitores?

[Ironi Jaeger] Não me adaptei ainda. Tenho problemas auditivos o que impacta sobre minha fala. Então estou sendo muito beneficiada com as inteligências artificiais que criam o video e falam por mim.


[Blog Pense Repense] Existe algum autor ou autora brasileira contemporânea que você admira e que, na sua opinião, está fazendo um trabalho excepcional ao trazer temas atuais para a literatura?

[Ironi Jaeger] Seria indelicadeza da minha parte não citar os colegas escritores do FLAL. Mas dos livros que li, recomendo duas autoras: Michelle Paranhos e Josimary Giosa. Elas se ocupam de agregar valor às suas histórias com temas sociais relevantes.


[Blog Pense Repense] Qual conselho você daria para jovens que desejam se tornar escritores?

[Ironi Jaeger] Meu conselho é ler, ler muito, aprender com colegas, ouvir opiniões, fazer cursos de escrita (tem muitos que são gratuitos). Sobre bloqueios, eles chegam porém só funcionam para a história que se está escrevendo. Foca em escrever assuntos aleatórios e coloca os personagens nelas. Isso funciona muito. Quanto às críticas, você nunca será criticado por alguém que escreve melhor que você, pense nisso.


Perguntas sobre Livros



[Blog Pense Repense] Qual foi o último livro que você leu e porque o recomendaria? 

[Ironi Jaeger] O último que terminei foi “Diário (não tão) secreto de Yasmim da Michelle Paranhos" . Recomendo porque ele passeia pela cultura japonesa e tem um conflito central interessante, conflito entre mãe e filha que vivem na mesma casa, porém em épocas completamente diferentes.


[Blog Pense Repense] Você é uma leitora assídua de livros digitais ou prefere os livros físicos? E, falando de consumo pessoal, como você organiza seu orçamento ou sua forma de receber/comprar livros para dar conta de tantas novidades? 

[Ironi Jaeger] Ultimamente tenho lido em igual números de livros digitais e físicos, por ora, não estou comprando livros, estou sem grana. Mas tenho um bom número de livros na fila, então leituras não me faltam.


[Blog Pense Repense] Qual é o seu gênero literário favorito para ler quando está de folga, e por que ele te agrada tanto?

[Ironi Jaeger] Gosto de ler contos e crônicas porque são perfeitos para momentos de descanso. Mas em momentos mais demorados gosto de ler livros de investigação policial.


[Blog Pense Repense] Quais são os três elementos que, na sua opinião, um livro precisa ter para ser considerado "perfeito" ou uma leitura obrigatória?

[Ironi Jaeger] Precisa ter uma escrita fluida e portugues correto. Escrita persuasiva que aguce meus pensamentos e dê vontade de virar a página. Precisa ter uma certa familiaridade entre os personagens e a história. O escritor precisa saber conduzir seus personagens, dando começo, meio e fim.


[Blog Pense Repense] Se você pudesse recomendar apenas um livro (que não fosse seu) que todo aspirante a escritor deveria ler para entender melhor o ofício, qual seria e, mais importante, o que ele ensina sobre a arte de escrever?

[Ironi Jaeger] O engenhoso Dom Quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes, ele tem a escrita com a ortografia original do ano de 1605, atravessou séculos e continua ensinando e divertindo. Muitos dos ditados populares hoje citados foram copiados desse livro.


Perguntas sobre o Livro
"A Prisão da Mente"



[Blog Pense Repense] O livro aborda um tema complexo: o controle psicológico e a manipulação. O que te motivou a explorar a mente de um personagem manipulador?

[Ironi Jaeger] Os casos de manipulação mental sobre mulheres têm crescido assustadoramente e muitas delas são manipuladas a tal ponto, que perdem fortunas e outras perdem a vida. É meu dever como mulher e escritora abordar o assunto para que as pessoas possam identificar os sinais e alertar as vítimas e as ajudar a sair da manipulação.


[Blog Pense Repense] Se o seu livro tivesse uma trilha sonora, que tipo de música ou artista você escolheria para capturar a atmosfera e a emoção da história? 

[Ironi Jaeger] Balada para Adelina tocada pelo pianista Richard Clayderman, Man With a Harmonica do filme Era uma vez no oeste. E claro a A Música do Silêncio Sergio Bambarém.


[Blog Pense Repense] O título, "A Prisão da Mente", é muito forte. Você diria que o maior desafio de Clara é fugir de Victor ou superar as limitações que ela mesma se impõe? 

[Ironi Jaeger] A vida de Clara é muito limitada, ela vie numa sociedade patriarcal onde a mulher que vive sozinha é apontada como uma mulher de má fama. E ela procura de todas as formas fugir desse estigma. E se envolve com homens manipuladores apenas para ter a companhia masculina que a sociedade impõe. Ao mesmo tempo, ela se sente atraída pelo perigo. Como a história deixa transparecer, ela já viveu a manipulação antes e repetiu.


[Blog Pense Repense] Seus livros anteriores têm temas de introspecção. O que você acredita que "A Prisão da Mente" traz de novo ou de diferente em relação às suas outras obras, como "Cidade de Passagem" ou "O Segredo da Família Romans" ?

[Ironi Jaeger] Cada livro tem sua história. O segredo da família Romans, foi o ensaio. A cidade de passagem foi a preparação e a Prisão da Mente foi a consagração. O diferencial é que o tema do livro trata de uma questão social relevante e não de um tema meramente ficcional.


[Blog Pense Repense] Qual a sua maior esperança com este livro? O que você espera que o leitor sinta ou reflita depois de terminar a história de Clara e Victor? 

[Ironi Jaeger] Espero que as pessoas prestem atenção quando uma mulher entrar em um relacionamento e se afastar da família e dos amigos. Procurar investigar se esta pessoa está sendo vigiada em público. O manipulador é gentil em público, porém vigilante quanto a sua presa, para que ela não fale nada além do que ele quer que a pessoa fale para não revelar a opressão que vive.

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Uma apelo pela proteção das mulheres


O abuso raramente é óbvio, ele se disfarça de amor e cuidado. Preste atenção quando um companheiro (de qualquer gênero) iniciar o isolamento social, afastando a mulher de familiares e amigos, e impondo vigilância constante. 

O agressor é um mestre da chantagem emocional, usando palavras doces em público, mas mantendo a vítima sob controle implacável para que a opressão — seja ela psicológica, financeira ou até física — nunca seja revelada. 

A vigilância não é cuidado, é cárcere. Se você ou alguém que conhece está vivendo sob essa pressão, peça ajuda.

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