Doce Espera: diário da mamãe e do bebê

Entrevista com o Escritor Nilton Nascimento

Olá leitores pensativos,

Hoje vou trazer uma entrevista exclusiva com o Nilton Nascimento, autor da obra literária "Um Amor, Um Lugar" lançado esse mês pela Editora L. S. Passos, parceira aqui do blog.



Perguntas Pessoais


[Blog Pense Repense]: Quando e como descobriu que tinha o dom da escrita?

[Autor Nilton]: Na real, não acho que eu tenha “dom pra escrita”, pois conheço pessoas que eram bem mais absurdas que eu na qualidade dos textos na mesma idade. Mas eu comecei bem cedo, tinha 13 anos e um caderno velho que eu preenchia na biblioteca em alguns recreios. Ali que eu descobri que gostava de escrever e não parei desde então.

[Blog Pense Repense]: Alguém do seu círculo íntimo te apoiou, te inspirou ou foi você mesmo que acreditou no seu potencial?

[Autor Nilton]: Até hoje eu tenho certo problema em acreditar no meu potencial. Acho que me cobro demais, sempre foco nos detalhes e tudo mais para evitar erros. Isso não é causado por qualidade técnica ou coisa do tipo, é puramente insegurança. Apesar disso, minha família sempre me deu forças quando eu anunciei que era realmente o que queria fazer da vida.

[Blog Pense Repense]: Você tem amizades, no plano físico, com outros autores?

[Autor Nilton]: Tenho sim! Conheço escritores aqui no Rio, fui até no lançamento do livro de um deles recentemente. Só que a maioria está espalhada pelo Brasil mesmo, somos um grupo bem legal!

[Blog Pense Repense]: Se pudesse voltar ao passado e dar uma dica para você mesmo quando começou a escrever, o que diria?

[Autor Nilton]: “Admita logo que você quer ser escritor, vai perder menos tempo”. Embora eu tenha estudado e feito cursos de escrita mesmo antes de me decidir, com toda certeza poderia ter focado mais cedo na escrita.

[Blog Pense Repense]: Como decidiu divulgar seu trabalho e esperar o retorno?

[Autor Nilton]: Eu busco divulgar como posso, seja pela família e amigos quanto em qualquer oportunidade que apareça, como blogs, wattpad, penso em firmar umas parcerias, etc... Inclusive foi assim que acabei topando com o concurso da L.S. Passos e que resultou na minha publicação por eles. Sinceramente, não sei o que esperar de retorno, mas se eu ficar pensando nisso, vou travar de ansiedade.




Sobre Literatura


[Blog Pense Repense]: Já pensou em escrever outros gêneros? Quais e por quê?

[Autor Nilton]: Já escrevi, inclusive! Fantasia é meu gênero principal, mas tenho ideias de ficção científica e terror. Acredito que, da mesma forma que podemos ser ecléticos em termos musicais, isso também se aplica a escrita. Se eu tenho ideias para outros gêneros, não tem porque não escrever.

[Blog Pense Repense]: Como se sente quando percebe que o revisor do texto alterou uma frase que você escreveu?

[Autor Nilton]: Faz parte, eu vivo alterando as frases para encaixar melhor com o personagem ou proposta da história. Também recebo muitas dicas de leitores críticos, compreendo isso como parte do processo para potencializar a qualidade dos meus textos. Claro que também me reservo o direito de questionar o porquê das mudanças, se achar pertinente, mas respeito muito o trabalho de revisão.

[Blog Pense Repense]: Como se sente ao receber críticas?

[Autor Nilton]: De início, a gente sempre fica cético com elas, acha que quem sabe o que é melhor pra obra somos nós mesmos, mas hoje eu perdi o medo da crítica. Não é como se eu fosse obrigado a fazer as mudanças apontadas, elas são sugestões pertinentes sobre algo que eu falhei em perceber por conta da proximidade que tenho da obra. É igual quando nos afastamos do texto por alguns dias ou semanas. Quase certo que não vamos gostar de algo que fizemos originalmente. Encarar dessa forma é um bom início para aceitar melhor as críticas.

[Blog Pense Repense]: Você escreve fazendo um roteiro ou é estilo Stephen King que prefere sair escrevendo direto o que na inspiração?

[Autor Nilton]: Não vivo sem meus roteiros! Me perco nas minhas próprias ideias, então eu sempre deixo tudo bem anotado pra seguir o plano, mesmo que eu faça alterações na hora e acabe adaptando ou removendo completamente uma ideia. Ter esse molde é essencial para mim.

[Blog Pense Repense]: Já participou de algum evento literário? Qual e quando?

[Autor Nilton]: Ainda não como autor publicado, mas já fui nas Bienais e outros eventos ao longo desses anos todos. Confesso que agora deve dar uma sensação completamente diferente. Sempre tive vontade de ir, mas agora, tenho de participar mesmo.




Sobre Livros


[Blog Pense Repense]: O que pensa de releituras e fanfics? Falta de criatividade ou homenagem? Gostaria de ter seus livros utilizados como base para outros autores?

[Autor Nilton]: Eu respeito todo tipo de escrita, mesmo que seja amadora. Minha primeira versão da fantasia que tenho finalizada hoje era horrorosa, seria uma hipocrisia gigante criticar fanfics e outras obras mais simples dessa forma, porque tudo tem seu nicho e todos começamos por algum lugar, muitas vezes inspirados pesadamente em alguma obra que gostamos, beirando quase o plágio. O que eu argumento é que se respeite as referências e que isso não seja argumento para não evoluir na escrita. Melhorar se torna um prazer pessoal e também para quem consome suas obras.

[Blog Pense Repense]: Algum autor ou autora inspirou a sua carreira? Quais?

[Autor Nilton]: Eoin Colfer e John Flanagan, com toda certeza. Artemis Fowl e Ordem dos Arqueiros até hoje são meu cerne, me identifico demais com os estilos deles, mais racionais e planejadores. Isso em questão de gênero, pois no estilo de escrita e narrativa, Érico Veríssimo é quem eu quero ser quando crescer! Ele consegue transmitir em uma fala toda a carga que o personagem traz durante a história inteira. Somos capazes de perceber toda a personalidade deles numa fala de dez palavras, é absurdo.

[Blog Pense Repense]: Alguma obra literária favorita ou inspiradora?

[Autor Nilton]: Uma só é muito difícil... Arqueiro do Rei, o volume 12 de Ordem dos Arqueiros, foi uma experiência incrível na época, mas se teve uma que marcou minha vida, foi Dom Casmurro. Simplesmente me fez perder o preconceito infantil que meu eu de 15 anos tinha com a literatura clássica. Ali eu vi a qualidade que as obras poderiam ter, não eram só a “chatice conceitual e elitista” que eu cismava que todas eram. Ainda por cima é nacional, então me virou de ponta cabeça nos meus conceitos.

[Blog Pense Repense]: Uma meta como autor para 2024/2025?

[Autor Nilton]: Popularizar “Um amor, um lugar” o máximo que eu puder enquanto finalizo “Falso Herói”, a obra de fantasia que estou escrevendo no momento. Se possível, também buscar publicação para ela e repetir essa frase inteira só substituindo os títulos!

[Blog Pense Repense]: Qual sua opinião sobre livros digitais? Costuma ler e-books?

[Autor Nilton]: A faculdade me forçou a ler e-books, não tem para onde fugir... Embora ache bem práticos e mais acessíveis ao público geral, nada supera a sensação de ler o livro físico, mesmo sendo eu, um entusiasta da tecnologia.




Sobre “Um amor, um lugar"



[Blog Pense Repense]: Se você pudesse resumir sua obra “Um amor, um lugar” em um símbolo, qual seria e por quê?


[Autor Nilton]: Um canteiro de flores. Acho que a mensagem que se traduz na obra resume bem toda a jornada da protagonista. Cuidar das flores da sua vida.

[Blog Pense Repense]: Quanto tempo levou para escrevê-lo?

[Autor Nilton]: Por incrível que pareça, uma semana. Tinha a obra toda planejada num arquivo do word e como estava com tempo livre na semana natal-ano novo, decidi escrever. Finalizei exatamente no dia 1 de janeiro, foi a escrita mais fluida que já tive na vida e duvido que consiga novamente!

[Blog Pense Repense]: Quais ferramentas e aplicativos são essenciais para o seu trabalho?

[Autor Nilton]: Um bom editor de texto, dicionário (incluindo sinônimos), a estruturação e um caderninho que te lembra dos pontos técnicos que você não pode esquecer para aquela obra.

[Blog Pense Repense]: Você segue alguma rotina de escrita?

[Autor Nilton]: Estou buscando seguir uma. Depois do almoço, mais ou menos à partir das 14h, eu sento para revisar, desenvolver ideias e trabalhar na obra atual. Antes eu era bem caótico, escrevia quando dava vontade, às vezes de madrugada, quando a ideia surgia, mas agora eu vejo a necessidade de se construir uma rotina.

[Blog Pense Repense]: Como nasceu a ideia para esse livro?

[Autor Nilton]: Foram vários pontos... Durante uma aula sobre inícios marcantes, eu tive uma motivação para escrever algo sobre amigos de infância. Depois, percebi que músicas poderiam ser usadas para inspirar trechos, igual quando estamos no ônibus e aquela música bate no momento certo da sua vida. Também juntei com uma situação de abandono que ocorreu com uma conhecida da família e várias ideias aleatórias que eu fui filtrando até achar as que combinavam com um enredo sólido.

[Blog Pense Repense]: Quando foi que decidiu publicar seu livro?

[Autor Nilton]: Eu sempre busquei publicar, desde que decidi adotar a escrita como profissão, só não tinha uma obra viável para isso, até que decidi escrever “Um amor, um lugar”. É curta, contundente, vendável, custos menores... Quando a oportunidade do concurso apareceu, eu só fui.

[Blog Pense Repense]: Quais os desafios que passou ao escrever essa história?

[Autor Nilton]: Eu queria escrever sobre as escolhas, queria passar mensagens fortes e possivelmente atemporais, que conversassem realmente com os dilemas e questões de qualquer um, mas tinha muito receio de escrever temas tão sensíveis, pois queria que não soassem como uma catástrofe e nem que eu estivesse suavizando, romantizando ou relativizando eles. Achar o meio termo, onde é possível perceber a dimensão e gravidade dessas questões, mas ao mesmo tempo passar algo positivo no final, foi bem desafiador.

[Blog Pense Repense]: Importa-se mais que seus livros vendam ou que se realize como autor?

[Autor Nilton]: Eu quero que meus livros atinjam as pessoas, quero que todos possam apreciar eles. A cultura é algo importante e sempre defendo que o brasileiro é um bicho muito criativo, principalmente nas artes. Então, o segundo... Gostaria de fazer parte da geração que mostrasse o valor da nossa arte, não só para a nação, mas para o mundo. É um sonho bem irreal, mas vou atrás dele mesmo assim.

[Blog Pense Repense]: O que mais te perguntam quando você diz que escreve livros?


[Autor Nilton]: “Que legal, já publicou algum?”. Agora eu posso responder que “SIM!”

[Blog Pense Repense]: Você tem alguma meta para essa obra?


[Autor Nilton]: Só quero que o máximo de pessoas possam ler, o que vier a mais é lucro. Agradar com as minhas palavras sempre será meu objetivo final para qualquer obra que eu publicar.


E agora se encerra nosso momento com o autor. Obrigada pela disposição e sucesso, Nilton!

É muito interessante a gente entrevistar um autor, conhecer um pouco do mundo dele e sobre o que ele pensa de livros e literatura. Eu particularmente adorei essa entrevista! 


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