Olá leitores pensativos!
Prepare-se para transcender a realidade e mergulhar em um conceito literário tão vasto quanto a própria imaginação. Hoje, recebemos Lucas Martins, programador e desenvolvedor que trocou os códigos por narrativas envolventes para construir um dos multiversos mais ambiciosos da literatura brasileira: o MartinsVerse.
Lucas Martins não apenas escreve fantasia; ele constrói um universo onde todas as suas paixões — de mitologias antigas a animes e cultura pop — coexistem.
Em nossa conversa exclusiva, desvendamos a espinha dorsal desse projeto: o lema "Tudo o que já foi imaginado existe em algum lugar". O MartinsVerse é uma saga de crossovers onde seres abstratos como a Morte (Erelith), o Tempo e o Caos (de longe o meu favorito, depois que acompanhei a saga do Morpheus, em Sandman, série da Netflix) ganham vida, e tramas de fantasia épica se encontram com thrillers noir e comédias de ação juvenil.
Nesta entrevista, Lucas revela a engenharia por trás dessa complexa interconexão, e explica por que nós, meros leitores, também somos personagens de sua saga e como ele consegue misturar estilos literários sem perder o sentido.
Se você é fascinado por mundos interligados e narrativas que desafiam a própria realidade, esta é a leitura que você procurava.
Biografia do autor
Sou programador e desenvolvedor de aplicativos, mas eu decidi me aventurar na escrita para escrever aquilo que eu gosto de ler, na verdade eu sou apaixonado por todo o tipo de literatura, mas os que mais me chamam e chamaram a atenção sempre foram as ficções de fantasia, de todas as vertentes (ação e aventura, comédia, drama, alta fantasia, ficção científica, noir, suspense, terror, mitologias, etc [tem tanta coisa 🤭]). Eu sempre, desde criança fui fascinado por mitologias, de todos os tipos, jogos, cultura pop, animes, desenhos, enfim, tudo que use a imaginação, isso sempre me cativou. Gosto muito de tocar piano e cantar com meus amigos também.
Sobre MartinsVerse
O MartinsVerse é, na essência, o Multiverso compartilhado criado pelo autor Lucas Martins, onde todas as suas histórias e personagens ganham vida. A ideia central é inclusiva e ambiciosa: "Tudo o que já foi imaginado existe em algum lugar" – um lema que permeia explicitamente a saga.
O projeto surgiu da paixão do autor por contos que se entrelaçam. A mitologia original de As Crônicas de Sorte e Azar — com seus seres abstratos (como a Morte e o Tempo) ganhando forma — mostrou o potencial para essa expansão. A partir daí, não houve mais volta.
O autor começou a testar as conexões, buscando representatividade (Clara Lysgaard), e logo percebeu que o MartinsVerse era sobre misturar tudo. O livro Aleph representa o Multiverso em sua totalidade, sendo uma grande salada (com caos e sentido, ao mesmo tempo!) de mitologias e referências pop.
Lucas Martins não se prende a gêneros. Seus livros, voltados para o público Jovem Adulto (YA), vão da fantasia épica ao coming-of-age, mas o autor decidiu radicalizar: o James Miller - O Autor de Pesadelos é um Thriller psicológico noir que, no meio da trama, se transforma em fantasia de ação e aventura para se ligar ao universo.
O Multiverso é amarrado por seres que são a "cola" entre as dimensões (como a Morte, o Aleph e o Ser Supremo). Eles têm plena consciência de quem são e até conversam diretamente com o leitor, pois, para Lucas Martins, até o próprio leitor fará parte dessa saga onde tudo pode acontecer.
O autor tem muito mais na mente, mas o que importa é a regra: em algum momento, todas as tramas vão se encontrar, e o final nunca será o que se espera.
Livros Publicados por Lucas Martins
As Crônicas de Sorte e Azar
O sol, a lua e a morte. Três forças em um mesmo destino. Onde a Sorte, o Azar, o Caos e todo o abstrato se torna real.
Gabriel nunca quis ser um herói — muito menos o recipiente do Vazio Primordial, uma força que existia antes de qualquer criação.
Mas quando o equilíbrio cósmico ameaça ruir, ele é lançado no centro de uma guerra entre deuses fragmentados, memórias distorcidas e sentimentos que desafiam eras inteiras.
Ao lado de Sophia, herdeira das quatro Lunas, e Erelith, a própria Morte em forma humana, Gabriel precisa aprender a dominar o poder que pode apagar ou recriar o universo — enquanto tenta não perder a si mesmo no processo.
Entre batalhas que dobram a realidade, deuses com traumas humanos e um amor que transcende o tempo, As Crônicas de Sorte e Azar é uma fantasia YA sobre identidade, legado e o preço de reescrever o próprio destino.
✦ "Nem toda luz ilumina. Nem toda escuridão derrota."
✦ "O Vazio não é o fim. É o começo de tudo."
Ideal para fãs de Percy Jackson, Shadowhunters e A Darker Shade of Magic. Uma saga que mistura mitologia original, ação cinematográfica, filosofia cósmica e drama emocional, criando um universo em que cada escolha ecológica entre mundos.
“Como se Percy Jackson visitasse A Sombra e o Osso e trombasse com Sandman em um bar de deuses quebrados.”
Clara Lysgaard e o Sol da Meia-Noite
“E se Rick Riordan tivesse sido escrito com o peso emocional de Philip Pullman e o sistema mágico de Brandon Sanderson?”
Clara Lysgaard nunca se encaixou. Neurodivergente, com ascendência nórdica e vivendo no calor do Brasil, ela encontrou refúgio nos mitos de uma terra distante. Mas quando uma viagem universitária à Noruega revela uma teia de coincidências mágicas, Clara descobre que as lendas são reais. E que ela é uma delas.
Forçada a aceitar poderes que não entende, Clara se torna peça central em um jogo divino liderado por Sól — a manipuladora deusa do sol. Para restaurar um equilíbrio cósmico perdido, ela precisará dominar habilidades perigosas... e confrontar a verdade sobre o desaparecimento de seus pais.
Com um guardião enigmático de intenções duvidosas e uma melhor amiga corajosa como única âncora, Clara mergulha em um mundo onde deuses mentem, monstros guardam segredos, e o preço do poder pode ser o seu próprio mundo.
Uma fantasia urbana que mistura a ação de Percy Jackson com a profundidade emocional de A Bússola de Ouro, e uma mitologia original e inesquecível.
Aleph - O Guerreiro Oculto
"Você acha que sua vida é um caos? Tente ser eu."
Aleph não é herói. Nunca foi. Ele é o tipo de ser interdimensional que você só percebe que passou… depois que o tecido da realidade já está se desfazendo em três.
Armado com uma katana afiada, uma gravata borboleta de gosto duvidoso e um senso de responsabilidade que beira o negativo, Aleph atravessa dimensões como quem troca de canal: causando problemas, fugindo de consequências e tropeçando (literalmente) em eventos cósmicos que ameaçam o multiverso inteiro.
Mas tudo muda quando um bebê atravessa o seu caminho.
Um bebê misterioso. Que enxerga o invisível. E que carrega, sabe-se lá como, um passado (ou futuro?) capaz de reescrever as leis da existência.
Agora, Aleph vai ter que lidar com algo muito mais perigoso do que monstros, portais instáveis ou deuses mitológicos de mal humor:
👉 responsabilidade emocional.
Com uma narrativa debochada, ritmo cinematográfico e referências de cultura pop, mitologia e metafísica, Aleph – O Guerreiro Oculto é uma fantasia cômica, caótica e surpreendentemente tocante — perfeita para quem já cansou de heróis perfeitos. Ou melhor... para quem nunca acreditou neles.
“É como se O Guia do Mochileiro das Galáxias encontrasse Doctor Who, numa aventura em que um ser interdimensional apático e estiloso — no naipe Deadpool — responsável, acidentalmente, por todos os apocalipses que você já leu, é forçado a se tornar a babá de uma criança cósmica capaz de destruir o universo. Tudo isso num clima de mitologia jovem ao estilo Rick Riordan.”
Kai - O Filho do Tempo
O que você faria se fosse o filho do Tempo?
Não, não é metáfora. Kairon, ou só Kai (mais prático), nasceu de uma entidade cósmica e uma deusa do destino. Mas calma, ele não é arrogante. Só irônico, absurdamente poderoso, sarcástico e levemente viciado em cultura pop, anime e piadinhas ruins (e ótimas, depende do ponto de vista). Poderoso demais, e muito, muito bom em atrair encrenca.
Quando Kai conhece uma caçadora temporal com o péssimo hábito de tentar matá-lo (olá, Nyra), e uma garota etérea que não deveria nem existir (sim, estamos falando de Liora), o multiverso começa a ruir – literalmente. Deuses, entidades, colapsos dimensionais, um vilão com fé distorcida e uma guerra contra o próprio tempo. No meio disso tudo, Kai tenta... sei lá, sobreviver? Ser útil? Talvez até amar?
Mas nada será como antes.
Com um tom afiado, metalinguagem e humor ácido, Kai – O Filho do Tempo é uma fantasia urbana que mistura ação, romance, caos cósmico e reflexões existenciais com referências culturais e piadas que quebram a quarta parede como quem quebra um relógio.
Se prepare para rir, chorar (muito), gritar com personagens que parecem reais demais... e encontrar uma flor que nunca será esquecida.
“Imagine se Neil Gaiman escrevesse uma temporada de Loki dirigida por Makoto Shinkai, com roteiro supervisionado por Rick Riordan e clima emocional de Your Name. É isso. Só que com mais sarcasmo e uma flor dourada que vai te destruir por dentro.”
“E se o sarcasmo do Deadpool tivesse nascido do Tempo e do Destino… e crescido com anime, café e um trauma cósmico?”
James Miller - O Criador de Pesadelos (título Amazon)
Ele não é herói. Nunca foi. Vilão? Talvez, você decide!
James Miller, o infame Autor de Pesadelos, não usa capas e muito menos salva o mundo. Armado com um paletó impecável, um senso de humor tão seco quanto o deserto e o poder de moldar os terrores mais profundos da mente humana, ele é um artista. Sua especialidade: orquestrar suicídios e acidentes que ninguém pode rastrear. Três séculos de perfeição apática, um histórico sem máculas, e um vazio existencial que ele nem sabia que existia.
Mas tudo muda quando ele encontra Jane Harper.
Ela é uma anomalia. Uma mulher que, misteriosamente, não teme nada – e, por isso, é imune aos seus "talentos". Pior: ela o vê. E ela o quer para uma missão insana: desmascarar um falso deus cósmico que se disfarça de Ser Supremo e expor a verdade por trás de sua "bondade" opressora.
De repente, o frio e metódico James Miller se vê arrastado para uma guerra que está muito além dos seus "serviços de rotina". De caçador, ele se torna caça, com a Associação em seu encalço e um Alado Celestial que é seu "melhor amigo" no meio do fogo cruzado.
"James Miller - O Autor de Pesadelos" (título original do autor) é um thriller psicológico sombrio que mergulha nas profundezas da apatia e da obsessão. Mas não, não é só isso, não é só thriller! Prepare-se para um caos eletrizante, onde a linha entre predador e presa se desfaz, a fé é questionada e um assassino sem alma pode ser a chave para reescrever o destino do multiverso.
Será que o mestre da indiferença conseguirá sobreviver a um sentimento que não pode controlar? E o que acontece quando o homem que cria pesadelos encontra sua própria razão para sentir?
"E se Dexter encontrasse Supernatural numa aventura interdimensional de Neil Gaiman, mas com um anti-herói que preferia ficar no sofá com seu café?"
Perguntas Pessoais
[Blog Pense Repense]: Você trabalha como programador e desenvolvedor de aplicativos. Como o raciocínio lógico e estrutural exigido pela programação se aplica e até mesmo te ajuda na construção de um universo literário tão vasto e cheio de crossovers como o MartinsVerse?
[Lucas Martins]: Bem vamos lá, pensa comigo, você tem em mãos um aplicativo (vamos dar esse exemplo que acho que é mais atual), um relativamente simples e conhecido, o WhatsApp, dentro dele você tem diversos módulos diferentes (mensagens, stories, comunidades, grupos, etc) só que ele também interage com outros apps (Facebook, Instagram, Compartilhar) e pertence a um único grande verso, o da Meta. Alguma semelhança?
Bem, vamos chamar os módulos de estilos literários, o aplicativo de universo e as interações de crossovers, essa é a relação da lógica de programação com a minha escrita, a meu ver, claro kkk e pra ser bem sincero, no que isso mais me ajudou e ajuda é na criação de personagens e wordbuilding, muito mais que nos crossovers, porque você começa a pensar em um ‘todo’ em vez de pensar apenas no que o personagem é.
No caso do meu multiverso, por exemplo, você pensa no que o personagem faz, como ele pensa, como ele reagiria a certos estímulos, como os outros vão ver ele, se vai ser útil pra alguém ou algo. Como é uma fantasia de ação e aventura e lida muito com ‘poderes’, tenho que medir o nível de cada um e ter uma forma de nivelar isso tudo, criando ‘variáveis’ que possam tornar isso ‘crível’ para quem está lendo.
Basicamente, acho que escrever um romance de fantasia, é programar com humanidade, sutileza, emoção, muito sarcasmo, ainda mais personalidade e com uma pitada de comédia e drama, ou seja precisa ter o ‘je ne sais quoi’ do autor.
Nota: ""Jenesequá" (ou "je ne sais quoi") é uma expressão francesa que significa "eu não sei o quê" e é usada para descrever uma qualidade indefinível, um "algo a mais" que torna algo ou alguém especial, mas que é difícil de explicar. A expressão é amplamente utilizada em diversas línguas para se referir a uma característica especial e cativante."
[Blog Pense Repense]: Desde a infância, você é fascinado por mitologias, cultura pop, animes e jogos. Se você pudesse escolher apenas uma fonte de inspiração que é a "pedra fundamental" do MartinsVerse, qual seria e por quê?
[Lucas Martins]: Essa é talvez a pergunta mais difícil daqui (e olha que é a segunda só kkk). É difícil porque assim como o próprio MartinsVerse, a fonte de ‘inspirações’ foram todas misturadas, mas o que mais se aproxima seria os quadrinhos e HQs de heróis (que eu gosto na verdade de DESCONSTRUIR todos eles, essa é a minha maior vigarice kkkk).
[Blog Pense Repense]: Além da escrita, você gosta de tocar piano e cantar. O ritmo e a harmonia da música influenciam de alguma forma a maneira como você estrutura o ritmo narrativo de suas cenas de ação ou os momentos de drama?
[Lucas Martins]: Uma vez eu falei sobre isso com o escritor Shinato (já tem entrevista dele aqui no blog! Leia depois 😉), tem algumas cenas que eu imagino uma música tocando para aquela cena em específico, isso ajuda demais, como uma cena de filme que fica icônica pela música. Um grande exemplo disso é ‘Hooked on a feeling’ do Guardiões da Galáxia, às vezes eu imagino as cenas exatamente assim. O Aleph até explicitou isso algumas vezes, ele é o mestre de imaginar essas cenas kkk Mas não são todos os momentos não, só alguns mesmo.
[Blog Pense Repense]: O MartinsVerse nasceu de um teste com o Prêmio Kindle. Qual foi o momento exato em que a ideia de uma mitologia original se transformou na decisão consciente de criar um Multiverso interconectado?
[Lucas Martins]: As histórias das ‘Crônicas de Sorte e Azar’ e ‘Clara Lysgaard e o Sol da Meia-Noite’ já estavam escritas e formadas, só que as ideias dos outros livros estavam todas rodando (quase completas, imaginem) na minha mente. Boa parte dos personagens eu já tinha imaginado, foi aí que eu pensei ‘porque isso tudo não fica tudo dentro de um único universo’ e gostei da ideia. Então pensei ‘mas espera, não seria interessante se TUDO pudesse estar num universo, sem a ideia de que existe de fato uma parede separando?’.
Nisso, eu já tinha colocado o Tempo (personagem das Crônicas) integrado em parte do livro da Clara, mas muito sutil, gostei e foi aí que eu decidi mudar a história do Aleph e fazer dele o caos que é, misturando tudo no livro dele e com ele zoando tudo e todos, então surgiu o MartinsVerse, onde a minha mitologia original de seres sencientes de coisas abstratas (As Crônicas) decidiu se alinhar ao existente (mitologias em geral) e ao nosso ‘mundo real’ (cultura pop e até mesmo nós).
Ahh e um detalhe interessante que talvez eu já estivesse pensando nisso quando escrevi o livro da Clara, mas não dei a devida atenção, é nele que aparece a primeira vez a frase do conceito de que ‘tudo o que já foi imaginado existe em algum lugar’. Mas, resumindo, com um plot twist (que aliás é uma das coisas que eu mais gosto em histórias kkk).
Não, não foi com o Aleph que o nome MartinsVerse surgiu, mas sim, enquanto eu terminava de escrever o livro do James Miller, o quinto livro, a ideia do universo compartilhado já existia, mas o nome e a identidade visual, surgiram nele, que foi quando eu decidi oficializar o nome.
[Blog Pense Repense]: Seu universo mistura fantasia épica, noir, suspense psicológico e romance. Qual é o maior desafio em pular de um gênero para o outro em obras conectadas sem que o leitor se sinta perdido na mudança de tom?
[Lucas Martins]: Justamente manter o leitor interessado em algo que não seja exatamente o teor que ele tem mais afinidade, por isso eu digo que o MartinsVerse é exatamente para quem ama histórias ‘Young Adult’ (Jovem Adulto) com uma pegada mais adulta em alguns, de fantasia de ação e aventura, que é o estilo que se sobressai em todos, apesar da mistura.
Só que o maior objetivo do MartinsVerse na verdade, desde quando eu idealizei ele, é exatamente fazer leitores de diversos gêneros, saírem da sua ‘zona de conforto’ e acompanhar histórias de outros estilos, apreciando assim vários estilos literários.
Confesso que funcionou com alguns! Vi leitores de outros estilos literários, lendo e se divertindo com os contos e nem se importando com a constante troca de gênero, inclusive dentro de um mesmo livro. Só que eu não tenho público o suficiente para definir se o resultado é satisfatório ou não kkk (vamos mudar isso gente! Sigam o autor!)
Perguntas sobre Literatura
[Blog Pense Repense]: Como você vê o papel da literatura na sociedade atual quando as pessoas passam boa parte do dia nas redes sociais vendo vídeos e memes?
[Lucas Martins]: Eu vejo como o escape para o ‘mundo da imaginação’, do conteúdo ‘não pronto’, mas que sua mente vai terminar o serviço. E ainda acredito que seja uma âncora que pode levar as pessoas a pensarem mais. E apesar de vermos cada vez mais essa cultura sendo dissolvida, somos muitas vezes surpreendidos com o quanto as pessoas ainda amam ler.
[Blog Pense Repense]: Qual é a sua opinião sobre a importância da leitura para o desenvolvimento da imaginação?
[Lucas Martins]: Eu acredito que cada leitura abre uma porta para uma criatividade própria da imaginação do indivíduo. Assim a cada leitura nova, portas se abrem e quando essas portas convergem entre si forma-se a identidade imaginativa do indivíduo e não é só para escrita ou leitura. Isso ajuda o pensamento cognitivo e ‘fora da caixa’ para qualquer setor da vida.
[Blog Pense Repense]: Existe algum autor ou autora brasileira contemporânea que você admira e que, na sua opinião, está fazendo um trabalho excepcional ao trazer temas atuais para a literatura?
[Lucas Martins]: Admito que em termos de ficção, acabo lendo mais autores estrangeiros, mas recentemente conheci uma leva de autores nacionais independentes como Aline N e o Shinato que além de suas escritas. Trabalham de forma externa para ajudar o escritor independente nacional, coisa que inclusive Aline Duarte (euzinha! 💁🏼♀️) está fazendo agora com essa entrevista.
Na questão de fantasia, acho interessantes também livros de Denise Flaibam e LeandroVSilva.
Como não ficção e com um teor religioso, acredito que os livros a respeito de casamento e crescimento pessoal e espiritual do Renato Cardoso fazem uma grande diferença no mundo atual e são de grande valia no nosso mundo real também.
[Blog Pense Repense]: Qual conselho você daria para jovens que desejam se tornar escritores?
[Lucas Martins]: Vou colocar aqui a mesma frase que mande para a Aline N na apresentação dela, acho que essa é a dica de ouro para incentivar e não deixar ninguém desistir: “Não guarde para si o que alguém pode gostar de ler". É um fato que não são todos que vão gostar, mas sempre tem alguém que vai e se você guardar isso pra si, isso pode te deixar louco um dia.
[Blog Pense Repense]: Se você pudesse recomendar apenas um livro (que não fosse seu) que todo aspirante a escritor deveria ler para entender melhor o ofício, qual seria e, mais importante, o que ele ensina sobre a arte de escrever?
[Lucas Martins]: Outra pergunta difícil demais! (🤭) Eu não conheço nenhum livro que possa te dizer ‘nossa, leia isso que vai te tornar o escritor’, mas em vez disso, vou usar a dica de um outro escritor, norte americano, muito conhecido, que eu admiro muito o trabalho dele, Rick Riordan, que eu li uma vez que ele escreveu que a única maneira de você aprender a arte da escrita é lendo o que muitos outros escreveram, então, leiam, que então vocês vão escrever.
Pergunta sobre livros
[Blog Pense Repense]: Qual foi o último livro que você leu e por que o recomendaria?
[Lucas Martins]: Vou colocar aqui um de ficção e um de não ficção, normalmente eu leio simultâneamente (ótimo para evitar ressaca literária!). De ficção, o último que eu finalizei (que não era meu por sinal, pq eu gosto de sempre reler os maus kkk) foi Luz da Lua Cheia do autor Shinato, recomendo pois é uma história envolvente que nos remete a estar dentro de um anime, sou um grande fã de animes e da cultura oriental também, então se você é fã disso, também vai gostar! O de não ficção é A Terra Vai Pegar Fogo de Renato Cardoso, é um livro que explica sobre os eventos do apocalipse da biblía, é muito interessante e revelador.
[Blog Pense Repense]: Você é um leitor assíduo de livros digitais ou prefere os livros físicos?
[Lucas Martins]: Aqui eu tô igual a Fiona do Shrek, ‘de dia de um jeito, de noite de outro’ 🤣 é que durante o dia eu acabo lendo os meus de não ficção, que normalmente são físicos, mas a noite os digitais tem uma praticidade muito maior, me permitindo ler deitado na cama, com minha esposa ao lado sem atrapalhar o sono dela e é quando eu mais distraio minha mente com os livro de ficção, geralmente Fantasias YA.
[Blog Pense Repense]: Qual é o seu gênero literário favorito para ler quando está de folga, e por que ele te agrada tanto?
[Lucas Martins]: Haha, acho que isso já ficou claro com tudo o que eu já respondi kkk Fantasia de Ação e Aventura de modo geral, com certeza, tenho preferência pelos com estilo jovem adulto pelo ritmo ser muito mais rápido, mas também não dispenso uma bela fantasia épica como "O Senhor dos Anéis" e "As Crônicas de Nárnia", que aliás, são excepcionais!!!
[Blog Pense Repense]: Quais são os três elementos que, na sua opinião, um livro precisa ter para ser considerado "perfeito" ou uma leitura obrigatória?
[Lucas Martins]: Um bom ritmo (eu prefiro acelerado, mas se for consistente já tá bom), personagens cativantes (minha parte preferida de ler e escrever, os personagens) e o enredo fazer você mergulhar dentro da história.
Pra citar exemplos de alguns livros que tenham esses elementos (na minha opinião, que isso fique claro, opinião muda muito de pessoa pra pessoa 😎) “A Menina que Roubava Livros” a saga do “Percy Jackson” e o livro completo das “Crônicas de Nárnia”, tem outros, com certeza, mas esses estão entre meus favoritos sempre 😁. (Always And Forever, quem for do time Vampire Diares, vai entender)
[Blog Pense Repense]: Falando em produção de conteúdo, como você organiza seu orçamento para comprar livros e dar conta de tantas novidades, conciliando isso com a vida de programador e escritor?
[Lucas Martins]: Esse é um dos motivos de eu estar preferindo os de ficção como e-books, são mais em conta 🤣 Bem, eu normalmente leio no meu café da manhã ou no meu almoço e à noite antes de dormir. Em algumas pausas no serviço ou durante a noite eu paro para escrever.
Quem é programador vai entender, quando você coloca alguma coisa para compilar é a ‘hora do café’ porque não tem mais o que fazer, eu acabo escrevendo um pouco nestes momentos também. Só que meus principais momentos de escrita são pela manhã antes do meu serviço.
Eu tenho uma rotina de normalmente acordar bem cedo, despertador às 4:47, tomo meu café, vou caminhar com minha esposa na beira da praia (tem uns espaços na orla de Ubatuba que são excelentes pra isso e te esfria a cabeça demais), voltamos para nos exercitar, aí me sobra um tempo, que normalmente eu uso pra escrever antes de eu entrar no serviço (que trabalho de home office, então isso ajuda também). A noite vou a igreja ou passo a noite com minha esposa e antes de dormir eu leio.
Basicamente essa é a minha semana normal, exceto o final de semana 😁. Meu trabalho mexe demais com a mente em coisas lógicas, então distrair ela fazendo ela pensar em coisas fantasiosas na escrita me ajuda a relaxar, quando não é isso, só um anime mesmo pra me distrair de fato 😊.
Perguntas sobre o MartinsVerse
[Blog Pense Repense]: O lema do MartinsVerse é "Tudo o que já foi imaginado existe em algum lugar." Como você gerencia o caos implícito nessa ideia e o transforma em uma "salada com caos e sentido ao mesmo tempo" que mantém o leitor engajado?
[Lucas Martins]: Admito que gerenciar o caos desse conflito é bastante complicado, falando tecnicamente em forma de escrita, principalmente fantasia como a que escrevo, ainda mais na escala de poderes que são sempre diferentes. É coisa demais para explicar por aqui, mas basicamente o que eu fiz foi criar vários tipos de coisas ainda mais diferentes e mesclar tudo, usando recursos inteligentes para fazer com que nada fique muito fácil ou muito difícil, eu consegui deixar de uma forma crível.
Que um ser que pareça indestrutível possa ser vencido pelo que você ache ser o mais fraco de todos. Não é só sobre ser o mais poderoso, é saber como ser inteligente o bastante e habilidoso para usar os recursos que tem, e aí eu uso essa mesma regra para todo o resto, dividindo tudo em coisas que já existem na ficção por aí, como linhas do tempo, multiversos, dimensões, só que sempre com um ‘toque’ de MartinsVerse.
Não sei se vocês estão conseguindo acompanhar o raciocínio, às vezes minha mente trabalha de uma forma maluca que fica difícil de acompanhar. É como se a cada livro que eu escrevesse, uma peça de um quebra cabeça se encaixe, aí você fala ‘ahhh, então é por isso que aconteceu aquilo’.
Tiveram alguns momentos que as coisas se afunilaram muito, mas aí, com uma única regra coesa, o funil se abriu novamente. Olha eu, já to escrevendo demais, viajando numa resposta que era pra ser mais simples 🤭. Só que aí pra resumir tudo, eu acredito que o que mantém o leitor engajado e o que ME engaja também a continuar escrevendo ele é o fato de que você literalmente NUNCA sabe o que vai ou pode acontecer!! Pra ser sincero, nenhum dos meus livros seguiu o escopo inicial do que eu planejei, sempre mudei tudo no processo e o final também.
Então se querem um spoiler antes de eu publicar, esqueçam, nem eu mesmo sei se vai ser realmente daquele jeito 🤣.
[Blog Pense Repense]: Você criou seres que são a "cola" do Multiverso, como o Tempo, a Morte (Erelith) e o Aleph. Qual é a importância da abstração (sentimentos, tempo, etc. ganhando vida) para a filosofia e a mitologia central do seu universo?
[Lucas Martins]: A abstração senciente é basicamente a minha mitologia original, é a minha marca dentro de um multiverso cheio de outras coisas, afinal, pense comigo, se é um multiverso onde tudo o que já foi imaginado existe, quanto mais os sentimentos, ações, devaneios, catástrofes e etc também não seriam reais ou conscientes em algum lugar?
Os seres ‘cola’ do multiverso como você citou não são apenas esses seres provenientes da abstração, o Aleph, por exemplo, não é um ser de abstração, ele só, digamos, transcendeu à humanidade habitual, por alguns eventos que se eu disser aqui, aí sim vai ser um spoiler muito grande, por que isso já está elaborado 🤣. Mas de um modo geral, essa ideia desses seres foi o primeiro passo que me fez começar esse universo literário.
Nota: Uma "abstração senciente" é um conceito filosófico e especulativo que descreve uma entidade ou forma de existência que possui consciência (senciência) mas não tem uma forma física ou material tradicional. Em vez disso, sua existência é baseada em ideias, dados, padrões de informação ou conceitos abstratos.
Este termo pode ser encontrado em vários contextos como Ficção Científica e Filosofia da Mente. Mas o que Lucas propõe é sobre Metafísica: Refere-se a deuses, espíritos ou seres superiores que existem além do plano físico e possuem conhecimento e consciência.
[Blog Pense Repense]: O seu personagem Aleph é um dos que tem consciência de quem é e interage diretamente com o leitor. Por que você escolheu usar a metalinguagem e quebrar a quarta parede, e como o leitor é, de fato, um personagem dessa saga?
[Lucas Martins]: A metalinguagem trás uma conexão direta com o leitor, e essa conexão é uma das coisas que eu mais acho interessante. Não são todos os seres do multiverso que tem o conhecimento de nós, os Observadores, como eu costumo chamar, mas alguns deles, na verdade a minoria.
Respondendo a pergunta com outra pergunta: você existe? Se sua resposta é sim e sabendo da filosofia do MartinsVerse, então, é assim que participamos, nós existimos, mas eu ainda vou além nisso, imagina uma saga onde alguns Observadores são puxados para a história, ou alguns personagens entram no mundo dos Observadores, digamos que esse é um spoiler exclusivo desta entrevista.
Digamos que EU serei quase que ‘julgado’ pelos meus próprios personagens e quem já leu algo vai saber que eles não estão muito contentes comigo 🙈 e eu chamei alguns escritores amigos meus para participarem desse ‘auê’ também! Vai ser divertido, garanto.
Você também pode participar, (eu quero 🙋! Desafio aceito 🔵 - pra quem não entendeu, bolinha azul do Squid Game) quando chegar nessa parte e se eu tiver público o suficiente, vou deixar um caminho aberto, para inserir partes de fãs ou de outros escritores, com suas escritas dentro do meu próprio multiverso, é assim que está tudo planejado.
É ambicioso? Talvez. Difícil? Demais. Possível? Sim, é possível, mas né, pode ser difícil demais pra mim (pra todos), mas vou tentar!
[Blog Pense Repense]: Seu livro James Miller começa como um Thriller/Noir e se transforma em Fantasia de Ação. Por que a ideia de mesclar os estilos literários (além dos gêneros) foi um passo necessário para a expansão do MartinsVerse?
[Lucas Martins]: Porque tudo precisa de uma conexão e não só com os seres ‘cola’ se fosse só isso não seria só um entrelaçamento, o que eu faço é misturar o enredo inteiro entrelaçando com outra história.
~ Então como você integra uma alta fantasia com um thriller noir?
Fazendo um ‘degradê’, e bem, foi uma tentativa, que aparentemente, funcionou, pelo menos pra mim né 🤐 Gostaria de ter mais opiniões sobre isso. No Skoob, um usuário fez uma avaliação do livro do James Miller, falando justamente sobre isso e disse que a transição entre estilos foi bem feita, mas eu acho que preciso de mais opiniões 😁 (fica o convite aí, galera!)
[Blog Pense Repense]: Você mencionou a intenção de fazer crossovers não só dentro do seu multiverso, mas também com outros autores. Qual é o seu maior sonho para o MartinsVerse em termos de crossover na cultura pop (com alguma franquia existente)?
[Lucas Martins]: Haha, a resposta desse está em um post no meu blog! É um sonho, alto demais, eu admito, mas quem sabe né, a gente não paga nada pra sonhar, pelo menos ainda não kkk Imagina um crossover com Os Vingadores da Marvel? Seria o ápice! Mas por outro lado, também poderia ser com os X-Men? Ou Superman? Ou até mesmo algum anime, tipo One Punch Man, Bleach ou Frieren? Star Wars, por que não? The Boys, quem sabe?
Mas aí eu to falando de TV misturada, só que imagina também um crossover literário agora com as histórias do Neil Gaiman (Sandman, Good Omens, Coraline) ou do Brandon Sanderson (Mistborn) ou com os universos do Rick Riordan (isso pra mim seria fantástico).
Acho que decidi, o sonho de consumo mesmo dentre todos seria uma missão com Os Vingadores com o Percy Jackson e a sua turma embarcando junto, numa galáxia muito, muito distante e claro, que eu não poderia de citar que seria tudo pra ajudar a Hikari (de Luz da Lua Cheia) do nosso Observador Shinato a completar a missão dela.
🎉 O Caos Com Sentido do MartinsVerse
Ufa! Chegamos ao fim desta imersão no MartinsVerse e, honestamente, nossa cabeça está fervilhando de ideias. (Aposto que a sua também!)
A conversa com Lucas Martins foi uma verdadeira aula de Worldbuilding e ambição criativa. Nós finalmente entendemos como esse multiverso funciona, e esperamos que você, leitor, tenha compreendido também! Pessoalmente, eu não teria imaginação para tal feito; o máximo que consegui foi conectar um conto a um livro como spin-off – nada comparado a esse caos com sentido!
Aprendemos que o multiverso dele é realmente a materialização da frase "Tudo o que já foi imaginado existe em algum lugar", e que ele não tem medo de misturar as cartas: um Thriller Noir vira Fantasia e Ação na mesma trama (James Miller), e as mitologias e pop se encontram no mesmo livro (Aleph).
O que levamos daqui é a certeza de que a Literatura Jovem Adulta Brasileira está em um patamar de complexidade e ousadia que não deixa a desejar a nenhuma grande saga internacional. E, cá entre nós, ficamos na torcida para que o crossover entre o MartinsVerse e o universo do Shinato aconteça logo!
Obrigada, Lucas, por nos dar um gostinho desse caos com sentido. E a você, leitor, resta o aviso: cuidado ao folhear os livros, pois você pode acabar virando personagem!
Gente, mas não para por ai! Preparem-se, porque a mente do Lucas não para! Ele me contou sobre mais dois projetos futuros que vão virar livro, e a empolgação aqui está no nível máximo, kkk!
O primeiro é "Solom - O Alado Celestial". Pensem em um ser super, superpoderoso que decide se 'aposentar' porque simplesmente não concorda com as regras do universo? 🤣 É esse! O Solom é um ser celestial, mas com uma fala que não condiz NADA com a seriedade de sua posição. Mal posso esperar para acompanhar a jornada desse Alado Celestial revoltado!
LANÇAMENTO À VISTA: será lançado quarta feira (amanhã, 3/12/2025) e estará GRATUITO até domingo!
Aproveitem e corram garantir o seu!!
E o segundo é um presente para quem ama as Crônicas: o spin-off "Erelith - A Morte"! Sabe aquela história de milênios antes dos eventos principais? O Lucas vai nos levar para o passado dela, contando o romance épico dela com o Elion (o Vita Lux), mas TUDO na voz dela, a Morte. Finalmente vamos saber TUDO o que aconteceu com o nosso casal favorito, milênios antes!
EXCLUSIVO: O Lucas já me liberou os primeiros capítulos para ler de ante mão e eu só posso dizer que é MARAVILHOSO! A Morte (mais uma vez) está se tornando minha personagem favorita!! Vocês não têm ideia do que vem por aí!
Meu coração de fã não aguenta! E depois disso, vem muito mais ainda, viu? Kkkk, a lista de leitura não para de crescer!
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Ahhhh, finalmente saiu!!!! Uhuuu!!! Ficou EXCEPCIONAL Aline, muito obrigado!!! Agora que eu percebi que eu falei demais nas respostas kkk Aliás, gostei muito das suas interlocuções com as explicações das expressões que eu usei, valeu!! Ficou com muito 'je ne sais quoi' (gosto dessa expressão, ela explica tudo) kkk Previsão pra eu soltar o livro da Erelith - A Morte em fevereiro ou março hein kkkk se eu me empolgar demais e conseguir um tempo livro, talvez antes kkkk
ResponderExcluirAhh foi uma satisfação enorme, aliás todo esse trabalho de divulgação dos autores é. Me apeguei ao estilo (eu não lembrava o quanto eu amo fantasia 😭). Me segurei ao máximo para não "estragar" a entrevista dos autores, mas hoje não consegui kkk precisei destacar minhas ideias 🤣 . É isso ai, te vejo nos próximos lançamentos 🤩
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