Ao longo da minha vida, tive muitas experiências de quase morte que foram verdadeiros livramentos. Envenenamento, suicídio, afogamento, sufocamento, acidente... Naqueles momentos em que dizem que vemos um filme da nossa vida diante dos olhos, eu vi. Em quase todas as vezes.
Mas nesse dia foi diferente.
Pode ser apenas uma coincidência, mas sabe aquela pulga que fica atrás da orelha, me fazendo perguntar... "será?" Esta é a primeira vez que falo sobre isso para alguém. No caso, a segunda, porque sempre leio meus textos para meu marido antes de postar. Mas, sim, é a primeira vez que esse assunto sai da minha cabeça.
Eu não lembro exatamente o que senti durante a manhã desse dia, mas no relato que escrevi mais tarde, durante o meu intervalo do trabalho, detalhei que eu me irritava por qualquer motivo. Ao mesmo tempo, sentia uma tristeza profunda me arrastando para baixo. Nessa época, a depressão me consumia lentamente, e achei que fosse ela agindo, porém, no dia em questão, eu não sabia o que era.
Apenas continuei minha rotina: me arrumei para o trabalho e embarquei no ônibus que me levaria para lá.
De repente, algo me arrancou dos meus devaneios. Eu vi um caminhão baú branco e pequeno passando reto do seu ponto de parada e atravessando bem na nossa frente. Meus olhos cresceram, assim como o pânico e o aperto no meu coração; o medo era real e não havia tempo hábil para qualquer reação, a não ser esperar pelo impacto brutal. Apertei os olhos.
Foi então que senti o freio brusco do coletivo projetar meu corpo para frente. Ao focar a visão, assustada, notei que o caminhão estava, na realidade, a mais de cinco metros de distância de nós. O espaço era seguro. O caminhão seguiu o mesmo trajeto, para fora do meu campo de visão e sem culpa do que acabara de executar, mas o filme que eu vi era diferente.Atordoada, sem saber se sonhei ou se tive uma premonição (eu tinha o hábito de cochilar no trajeto — coisa que nunca mais fiz), continuei minha rotina. Mas não antes de fazer o registro da minha quase morte: 05 SETEMBRO 2015.
Crônica 05 SETEMBRO 2015 por Aline Duarte, 10/10/2025

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