✨️ Um romance que começou na adolescência no acaso.
✨️ São três histórias que se ascendem e colidem em uma luz catastrófica no céu de uma pacata cidade praiana.
Em uma pequena cidade litorânea dos anos 90, quatro jovens veem suas vidas entrelaçadas por um triângulo amoroso explosivo. Amizade, paixão e traição se misturam em um jogo perigoso, onde a verdade se revela mais cruel do que qualquer mentira. "Ascendente" é uma jornada emocionante que te fará questionar até onde você é capaz de ir para proteger o amor.
Descubra os mistérios que escondem os corações desses jovens e prepare-se para se apaixonar por esta história inesquecível.
Quote de ASCENDENTE
"O momento foi interrompido por Diego que chegou abruptamente com um champagne, Henrique sugeriu que ele trouxesse a garrafa mais cara do bar para comemorar o fim do trabalho.
— Parabéns a todos, mais um ano fechando com... — o homem achou que estariam apenas em família e interrompeu sua fala, surpreso ao perceber que haviam outros que aparentemente ele não conhecia. Seu sorriso suavizou aos poucos e sua expressão se tornou confusa com a situação. A cabeleira loira e aquele rosto ao lado do Dominic era familiar, ele até estreitou os olhos forçando a cachola tentando encontrar um nome, sem sucesso, a penumbra não ajudava muito.
No momento em que seu olhar pousou em Clara — ocultada até agora a pouco por uma decoração da mesa —, ele viu todo o ambiente se iluminar como se pequenas lâmpadas tivessem acendido bem em cima dela.
Incrível o "poder" que ela tinha sobre ele, não é? Pois é, Diego também percebeu e um sorriso sincero apareceu com uma voz suave, feliz por vê-la.
— Clara... — de todas as pessoas que poderia aparecer ali, seu primeiro amor era o menos provável.
— Diego... — em um sobressalto, a mulher se pôs de pé, automaticamente, descrente nesse repentino encontro. Lutou contra suas pernas que tremiam mais que vara verde, e seu coração deu vários saltos no peito.
— Tenho certeza de que já se conhecem, né? — Henrique tentou enfatizar que era mesmo quem pensavam ser e não uma miragem.
O homem deu um passo à frente, o coração pulando na garganta. O doce perfume de jasmim e baunilha, familiar e irresistível, o envolveu como uma névoa. Seus dedos tremiam levemente enquanto se aproximava dela. A maciez da pele dela sob seus dedos o eletrizou. Com um suspiro, ele fechou os olhos e depositou um beijo suave em sua bochecha.
Clara sentiu um frio na barriga misturado a uma explosão de calor. A proximidade dele a deixava nervosa e excitada ao mesmo tempo. Seus olhos se arregalaram levemente ao sentir o toque de seus lábios em sua pele. A penumbra da noite era sua aliada, escondendo o rubor que certamente coloria seu rosto.
Seus olhos se encontraram, e por um instante, o mundo ao redor deles desapareceu. Era como se estivessem flutuando em um mar de emoções, a correnteza os puxando cada vez mais para perto um do outro.
— Sim... — respondeu Diego, sua voz rouca de emoção. O tempo parecia ter parado. Mal conseguia respirar. Era como se um sonho de anos tivesse se tornado realidade. — Quanto tempo, Clara.
O ar parecia rarefeito, e por um instante, ela achou que iria desmaiar. Tantas vezes havia imaginado esse momento, mas a realidade era ainda mais intensa. Por muito tempo, a culpa a impediu de procurá-lo. Agora o destino os fez se encontrarem. Tão perto, ela se sentia exposta, como se estivesse nua diante dele.
Henrique observava a cena com um misto de alegria e apreensão. A conexão entre os dois era evidente, palpável. Tentou quebrar o silêncio, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Ele limpou a garganta e mudou de assunto.
— Mano, essa é a filha da Clara. — Havia um brilho nos olhos de Henrique quando ele fez o anúncio, um brilho que Diego conhecia bem. Fez um gesto discreto para Clara se sentar e, com um sorriso tímido, cumprimentou a garota.
— Camille, esse é o Diego, tio do Liam. — Henrique apresentou.
Clara sorriu, mas havia uma certa tensão em seus olhos.
— Oi, prazer, eu sou Camille. — A jovem se aproximou para um abraço. Seus olhos se encontraram com os de Diego por um instante, e um arrepio percorreu sua espinha. Havia algo familiar naquele olhar.
Depois que a emoção inicial do reencontro se acalmou um pouco, Diego, ao lado de Clara, levantou a garrafa de champanhe. Com um sorriso, serviu a todos os presentes. O fio de luz de fada dourado, entrelaçado no pergolado, cintilava suavemente, projetando pequenas estrelas dançantes no teto de madeira. A luz suave e quente refletia nas taças de champanhe, criando um ambiente mágico.
— E então, pessoal, vamos brindar a esse reencontro! — propôs Henrique, erguendo sua taça. Todos fizeram o mesmo, e ao tilintar das taças, acompanharam-se as risadas dos amigos. Clara sentiu um nó na garganta ao ver Diego tão feliz. Os anos pareciam ter se apagado, e era como se eles nunca tivessem se separado.
— Você ainda surfa, Clara? — Henrique perguntou, seus olhos se fixando nos dela. De repente se lembrou de seu luto e arrependeu-se, mas já era tarde — Desculpe se toquei em um assunto delicado.
Clara sorriu, mas seus olhos se encheram de lágrimas. Ela tomou um gole de champanhe, tentando se recompor.
— Claro que sim, Henrique. É algo que eu amo e não posso parar com isso. Era uma coisa que Caio não queria também. — Sua voz vacilou por um instante, mas logo se firmou. — Camille também surfa. Na verdade, eu queria marcar algo com o Dominic amanhã. O tempo anda tão perfeito!
— Ótima ideia! — respondeu Diego, animado. — Eu adoraria ir também. Quem sabe a gente não revive velhos tempos?
Camille, que até então observava a conversa, se animou: — Eu topo! Já estou até sentindo a adrenalina da onda perfeita.
— E você já pegou alguma onda gigante? — perguntou Emília, piscando para a garota. Camille riu.
— Ainda não, mas estou treinando!
— E você, Diego? Ainda é o rei das manobras radicais? — Clara perguntou, apoiando a mão no queixo. Ela mostrou interesse realmente sobre o ex-cunhado.
Diego sorriu e balançou a cabeça.
— Acho que a idade não perdoa, mas a paixão pelo surf continua o mesmo.
De repente, Clara lembrou como um estalo do momento em que viu sua filha e Dominic se levantando do quiosque todo enfeitado com velas, algo romântico e inesperado. Um nó se formou em sua garganta. Segurando a vontade de perguntar, ela observou os dois jovens com atenção. Camille parecia radiante, seus olhos brilhando de felicidade. Dominic, por sua vez, a olhava com um amor tão intenso que fez o coração de Clara acelerar. Lembrou-se de quando era jovem e apaixonada.
— Vocês pareciam estar prestes a nos contar alguma coisa, mas interrompemos, o que era? — Fez um sinal para o próprio dedo, onde a marca de que havia uma aliança ali ainda era visível.
Um leve rubor subiu a face de Camille quando Dominic entrelaçou seus dedos aos dela. Com um sorriso radiante, ele anunciou:
— Ah pai, mãe e Clara, eu pedi Camille em namoro, agora somos namorados — disse ele todo orgulhoso com um sorriso de orelha a orelha, fez questão de levantar a mão entrelaçada.
— Uau, deixa eu ver essa aliança de perto. — Disse Emília, surpresa. O brilho do ouro rosa sob a luz das velas realçava a delicadeza da aliança, adornada com dois pequenos diamantes, um para cada um deles. — Eu sabia que aquela caixinha azul que você guardava era especial. — Ela se voltou para Clara, que sorria com os olhos marejados. — Para nós é algo repentino, mas Clara não parece abalada.
— Eu convivo com esses dois há quatro anos, a gente pesca uma coisa aqui e ali e eu estou satisfeita com a escolha dela, o Dominic é um ótimo rapaz. — Emília deixou escapar um sorriso espontâneo. Clara, por sua vez, pensava em todos os momentos que havia vivido ao lado de Camille e de Dominic.
A felicidade da filha a contagiou, mas também a fez lembrar do passado e de todas as alegrias e tristezas que a vida lhe proporcionou. Ela olhou para o casal, sorrindo com ternura. 'Que a vida os presenteie com muita felicidade', pensou.
O amor fluía no ar, palpável e contagiante, e o grupo brindou à felicidade do casal, celebrando o início de uma nova jornada juntos. A noite apenas começou, e a surpresa de Dominic havia deixado a todos radiantes. Era o início de uma nova história, escrita com muito amor e companheirismo.
Uma bandeja de madeira rústica foi servida, adornada com conchas cintilantes em um convite irresistível ao paladar. Camarões empanados e dourados, sashimi de peixe branco fresco cortado em finas lâminas translúcidas e ostras gratinadas com queijo e pão de alho defumado, dividiam espaço com uma seleção de bebidas convidativas: caipirinhas de frutas exóticas, mojitos refrescantes e cervejas artesanais.
Camille, com os olhos brilhando de prazer, segurou seu copo de caipirinha de maracujá. Ao dar a primeira mordida no camarão empanado, seus olhos se arregalaram de satisfação.
— Esses petiscos estão divinos! — exclamou ela, a voz repleta de entusiasmo. — A combinação do agridoce é perfeita! A crocância do empanado contrasta com a maciez do camarão, e o toque cítrico do molho completa o sabor. Humm.
— Nosso chef é incrível, é uma receita exclusiva e só ele tem a receita e sabe as proporções corretas — explicou seu, agora namorado, em um tom orgulhoso. — Foi realmente difícil trazê-lo para o restaurante, ele era muito requisitado.
O camarão crocante estalava ao ser mordido, liberando um sabor intenso e suculento.
— Esse é o favorito do Diego, não é? — perguntou Clara, sorrindo.
Diego, ainda um pouco perdido em seus pensamentos, assentiu com a cabeça.
— Hã, é sim — respondeu ele, meio atordoado. Seu amigo, com um gesto discreto, o cutucou sob a mesa. Ele sabia que Diego tinha algo a dizer a Clara, mas o nervosismo o dominava.
Clara observava a cena com um sorriso nostálgico. Lembrou-se dos jantares com a família dos rapazes, Coronel Osvaldo e Marinês, sua melhor amiga, Amélia e eles… todos reunidos em torno da mesa e saboreando pratos deliciosos sob as estrelas.
— É difícil achar camarões na Europa como os daqui, por isso eu sempre como bastante quando venho para cá — disse a mulher, tentando manter a voz firme, mas forçando um sorriso. Ela começava a ficar desconfortável com o rumo da conversa.
Diego, que havia bebido de barriga vazia, encarou-a com um olhar intenso. As palavras a seguir saíram de sua boca como um sopro de vento frio.
— Por isso você não deveria ter ido embora. — Um silêncio pesado se instalou entre eles. A frase ecoou em seus ouvidos, carregada de um peso que pegou os dois desprevenidos.
Todos os olhos se voltaram para ela, aguardando sua resposta. Ela se sentiu encurralada em um palco sob o holofote. A frase de Diego havia sido um soco no estômago, revivendo memórias que ela preferia manter enterradas. Ela sentiu o coração acelerado e uma onda de calor subir pelo rosto.
Por um instante, considerou mentir, mas sabia que a verdade viria à tona mais cedo ou mais tarde. Bebeu um gole do seu Martini, tentando ganhar tempo para organizar seus pensamentos, assim como seu pai sempre fazia.
— Não é? — repetiu ela, forçando um sorriso. — Se eu quisesse continuar comendo esses camarões, eu não deveria ter saído daqui. — Ela deu de ombros, como se fosse algo óbvio demais, mas seus olhos não conseguiam esconder a tristeza, então os fechou por um segundo. — É claro, por que eu sai daqui?
Diego desviou o olhar, sentindo uma pontada de remorso. Ele sabia que havia a magoado e que suas palavras haviam reaberto feridas antigas, uma ferida que ambos tentavam manter escondida. A atmosfera na mesa ficou tensa. Os outros convidados trocaram olhares, percebendo que havia algo mais por trás daquela conversa inocente."
Minha última publicação é como um mergulho em um espelho, onde o que se vê não é a sua imagem, mas o reflexo do que você sente. Eu não quis contar apenas a história de pessoas, mas sim a história da ressonância emocional que ecoa entre elas. É sobre como um ato de gentileza pode reverberar pelo tempo, e como a dor de uma única pessoa pode ecoar na vida de muitos. No fundo, é uma narrativa sobre as conexões invisíveis que nos movem, e sobre a energia que permanece mesmo quando a gente se vai.
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