Doce Espera: diário da mamãe e do bebê

[Campanha] Setembro Amarelo 2017 com o escritor Deivid Silva

Olá Leitores

Reservo a resenha para esse mês de setembro um tema muito importante e que vem sendo ignorado, o suicídio e suas ramificações, como por exemplo como começa e como termina.

Passando o olho pela minha biblioteca do wattpad para escolher o livro para a próxima resenha do blog, esse livro do Deivid me chamou muito a atenção pelo fato de ser verdadeiro, já li muitos outros livros, que no final era tudo baboseira. Como eu sei? Porque eu me identifico com o relato dele, porque senti e passei por coisas muito parecidas, em alguns trechos posso até me colocar no lugar dele, como se ele tivesse escrevendo sobre mim.

A vida não é conto de fadas. Mas continue sempre lutando.


Arte e foto por Manos Tatoo


Se meu coração parar
Ele para a dor também
Desculpe-me
Eu quebrei a promessa
E tentei novamente


Aline C. Duarte
28/07/2017


Em pleno século vinte e um, coisas tão simples ainda são tratadas da forma errada. Abuso de menores, falta de amor, guerra; Os preços altos é o menor dos problemas. 

Depressão é um caso sério e até quem deveria estar no time da "ajuda", está contra. Sou católica e me espantei assistindo uma pregação da rede católica Canção Nova, que depressão não existe, que a pessoa coloca em foco os seus problemas e quer que todos ao seu redor saiba deles, que o único jeito é rezar. Chorei. Chorei porque é triste saber o quão desinformada (será?) era essa pessoa. São tão estudiosos da palavra de Deus, mas somente, pois tudo ao seu redor é invisível.

Eu, infelizmente, aprendi na pele o que é ser uma pessoa depressiva ou com depressão. Eu tentei me convencer que eu fui curada em um retiro da minha religião, mas os pensamentos continuavam lá, então não entendi o que aconteceu. 

Em que ponto eu descobri ser uma suicida eu não sei exatamente, acho que essas coisas não se colocam no calendário. Pensei várias vezes, com algumas tentativas falhas, até fazer uma promessa de que não pensaria mais, e se pensasse, não faria de novo. Fiz até uma tatuagem para me lembrar da promessa como um mantra, e nomeei de "os três F's": Focus, fortitude, fide ou Foco, força e fé, em latim. Mas eu quebrei essa promessa. Pensei e tentei, de novo. E por três dias o local da minha tatuagem ficou dolorido, como se eu tivesse batido ali, o que claramente não fiz. Coincidência?

Eu só queria que a dor parasse, então depois de secar e guardar a louça, me segurando para que meus soluços não se fizessem audíveis, eu peguei um copo de água do bebedouro e subi as escadas para meu quarto. Reuni todas as cartelas que eu tinha, principalmente os calmantes que eu já fazia uso, talvez isso funcionasse. Foi estupido, eu reconheço, mas seria capaz de qualquer coisa para fazer a dor parar.

A dor da angústia, da humilhação, da injustiça, ser responsabilizada por uma coisa que não era minha culpa, e por uma pessoa que era tudo para mim.

Deitei na minha cama e me cobri, ainda estava de pijamas, abracei a Lily, minha cachorrinha de pelúcia e fechei os olhos me concentrando nas batidas do meu coração. Ora fraca, ora rápido demais, estava descompassando, ótimo, pensei, talvez minha arritmia de criança me ajude em alguma coisa. 

As lágrimas cessaram, efeito do calmante estava fazendo efeito mais rápido do que o normal, senti meu corpo relaxar quase instantaneamente, minha língua adormecer e meus olhos pesarem. 

Mas não era o fim, era o começo. Alguém, que acredito que seja Deus, não queria que eu morresse ainda e sem me defender das acusações injustas, ele me deu a força que eu já não tinha, totalmente entregue à calmaria, para levantar e vomitar os comprimidos e seguir minha vida.


Sinopse

Um psicólogo, se interessou por casos comuns, mas complexos, de depressão em adolescentes. 

Um adolescente peculiar lhe chamou atenção, por motivo de sua depressão profunda, medos e raiva do mundo. Em seus relatórios, ele descreve cada palavra dita pelo adolescente. Que só queria achar seu lugar no mundo. Depois de ser rejeitado pelo pai, e ter sofrido bullying durante anos em sua escola, que não fez nada para impedir, o garoto cresceu criando imagens do ser humano, tendo total medo, e raiva de todos. 

Baseado em fatos reais.
Título: Dias de Um Suicida
Autor: Deivid Silva
Ranking de leitura: #27 em não ficção (04/01/17)

Esse é o Deivid e ele vai contar para vocês o que muita gente não tem coragem de contar. Coragem não é a palavra certa, porque a verdade está bem estampada, é mais para o que as pessoas fingem não ver.

Ele, assim como eu, usou da escrita para desabafar, mas diferente de mim ele conseguiu transcrever tudo o que ele sentia de maneira clara, coisa que eu não tive coragem, eu mascarei em poemas sem rimas e livros de fantasia. Escondi a verdade nua e crua só para mim.

Ele contou sobre o que ele passou na escola, com a família, o que se passou dentro dele, mas o que me chama a atenção é a garra e determinação e o modo como encarou cada desafio na vida. Um grande tabu hoje em dia é que pessoas depressivas e suicidas são covardes em desistir da vida e não encarar os problemas.

Eu mesma ouvi de uma pessoa muito próxima, que depressão é uma escolha e que eu escolhi estar depressiva, que eu deveria erguer a cabeça e encarar os problemas da vida, pois todos temos problemas. Mas se recusam a ver que nós lutamos com todos os recursos que temos, nós queremos poder encarar a vida de um jeito mais leve, nós queremos ser feliz! Se fosse para escolher, escolheríamos ser feliz, mas infelizmente não podemos escolher e as pessoas que nos amam, não conseguem ou não se interessam em perceber que precisamos de ajuda, e a que temos ainda é pouca.

Porque então não falamos como nos sentimos para que possamos ser ajudados, não é mais simples? 

Por causa do preconceito, "não é depressão, é falta de rezar", "é falta de ter o que fazer", "é para chamar a atenção". Enquanto estamos lutando contra nessa batalha interna, tentando seguir em frente, só somos julgados.

Mas como abordar uma pessoa depressiva-suicida? Tem um jeito certo, e com base em uma pesquisa do blog Homem Contra Si Mesmo, você terá algumas dicas. Caso o link fique desativado, vou transcrever aqui para que não percamos o conteúdo.

❤❤❤

sábado, 19 de agosto de 2017



🔔Quais perguntas fazer a alguém que se sinta suicida?


Quando uma pessoa querida, um familiar ou amigo, está pensando em suicídio, às vezes pode ser difícil saber o que fazer ou dizer diante dessa situação.

Talvez um colega de trabalho lhe tenha expressado, de passagem, sentir que ninguém notaria se ele desaparecesse para sempre. Talvez um membro da família tenha manifestado que o melhor seria se ele pudesse dormir e nunca mais acordar. Ou talvez um amigo tenha contado a você sobre um plano concreto para acabar com a própria vida. Seja qual for a situação, esse tipo de conversa é séria e não deve ser ignorada.

Queríamos saber quais perguntas fazer a alguém que se sinta suicida, então pedimos aos membros do nossa comunidade de saúde mental para compartilhar uma pergunta que eles desejaram que lhes tivessem sido feitas quando se sentiram suicidas. É importante lembrar que cada pessoa que experimenta pensamentos suicidas tem sua própria necessidade. As perguntas podem ser um excelente ponto de partida, mas não deve ser a única medida para conseguir uma aproximação. A atitude que deve seguir a estas perguntas é que pode realmente ajudar as pessoas a se sentirem compreendidas e amadas.

Foto por @joaramos_

🔔Eis o que eles tinham a dizer:

1. “Você quer sair? Muitas vezes, em meus piores momentos, sempre me senti isolada e sozinha. Foi a partir deste ano que as pessoas realmente começaram a perceber e passaram a me convidar quando eu começava a me sentir isolada. "- Kira M.

2. “Posso me deitar aqui com você? Não precisava de mais conversa. Minha cabeça já estava cheia o suficiente. Eu precisava era de um abraço para saber que sim, eu existia para alguém. "- Michelle M.

3. “Qual é a pior coisa que você está pensando ou sentindo agora? Quando me sinto muito mal, vejo-me obrigada a esconder o que sinto das pessoas. Seria um alívio saber que eu posso conversar e falar abertamente sobre isso com alguém. "- Elizabeth M.

4. "Eu queria que alguém me perguntasse o que estava acontecendo ou como eles poderiam ajudar. Eu queria que alguém me ouvisse. No meio em que vivo as pessoas não dão a mínima atenção se o assunto não for conveniente para elas. É triste, tentei falar com alguns amigos sobre suicídio, mas eles empurraram o assunto para debaixo do tapete. "-Ashley M.

5. "Eu queria que eles simplesmente me perguntassem se eu pensava em suicídio. Sempre me fazem pergunta tipo: “Como você está”?" 'Você está bem?' "Algum mau pensamento?" "Você está tendo um dia bom ou ruim?" E tantas outras perguntas que parecem evitar a palavra " suicídio ". Quando essas pessoas evitam dizer a palavra suicídio ou se constrangem em perguntar se estou me sentindo suicida, penso logo que não querem saber como estou realmente me sentindo. "- Makayla F.

6. “Posso segurar sua mão esta noite? Eu acho que é importante poder sentar-se com alguém que é suicida e, não, procurar colocar um band-aid... Apenas sente-se sem julgamento e deixe a pessoa sentir que há alguém de verdade ao seu lado. "- Gyna R.

7. “Como posso ajudar? E se eu não sei o que dizer, porque, realmente, quando me sinto assim eu não sei como ser ajudada, apenas esteja lá. "- Jessi W.

8. “Por quê? Uma pergunta simples que nunca me fizeram de uma maneira sincera. Sem julgamento, sem nenhuma tentativa distorcida de fazer com que meus problemas pareçam menos importantes do que eu sinto que são. Perguntar por que com a verdadeira intenção de entender. Cuidar de mim sem me odiar por meus pensamentos. É o que eu precisaria. O que ainda preciso às vezes. "- Lydia D.

9. “Posso ficar com você? Às vezes, quando eu estou suicida, tudo o que preciso é que alguém esteja ao meu lado, que fisicamente não me deixe sozinha e que eu possa sentir a presença de uma outra pessoa que deseje realmente que eu permaneça viva. "- Alyse R.

10. “Você está realmente OK? Se alguém tivesse dito isso me olhando dentro dos olhos e estivesse aberto em ouvir tudo o quanto eu gostaria de dizer, teria sentido que alguém se importou de verdade comigo. Ninguém nunca tentou ultrapassar a resposta de sempre: "Sim, estou bem", e eu realmente queria que alguém tivesse. "- Kacey K.

11. “Posso ir / posso ir buscá-la? Eu tenho (um filme / jogo de tabuleiro / jogo de cartas / maquiagem nova / etc e / pipoca / doces / bolo / etc). Seria bom estar com alguém que só queira estar comigo. Não precisa querer me “ajudar” ou “me tirar do fundo do poço”. Apenas esteja lá. Literalmente. Distraia-me. Faça com que me divirta. "- Brianne O.

12. “Você quer ajuda com algumas de suas tarefas? Você pode falar comigo sobre isso? Como você está se sentindo? Você pode me dizer o que está acontecendo para que eu possa entender o que você está passando? Existe alguma coisa que eu possa fazer para apoiá-lo nessa sua luta? Qualquer um destas perguntas seria bem vinda. "- Devin L.

13. “Você quer que eu procure um profissional para você se tratar? Eu nunca falo porque não quero ser um fardo e preocupar as pessoas, mas eu apreciaria se alguém levasse o que sinto a sério e me fizesse essa pergunta. "- Valentina V.

14. “Como posso te ajudar? As pessoas costumam ouvir que eu sou suicida, mas digo que não é nada disso, peço desculpas e desapareço por um tempo até que eu fique "melhor". Eu não precisaria de uma ajuda grandiosa, coisas até bobas - um texto ou uma visita à minha casa quando eu estou ansiosa para ver alguém, que enviem um meme tolo, mas pelo menos me perguntem: “Como eu posso te ajudar”?" Mas eu nunca vou contar a ninguém nada disso. "- Ciara L.

15. "A única coisa que sempre, sempre e sempre preciso ouvir é isso: Eu não vou deixar você. "- Krystal S.

Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 141.

Texto original: By Juliette Virzi https://themighty.com/2017/07/questions-to-ask-someone-suicidal-thoughts/ via @TheMightySite.

Texto livremente traduzido e adaptado.
Postado por Celso Macedo às 10:59

❤❤❤

🔔Outra coisa que me chamou a atenção foi os comentários de leitores, como:

Rainha_Do_Glitter
nov 30, 2016
Nossa...
Calma, já passei por isso e tudo tem uma solução :)
E se precisar de uma amiga, estarei aqui ❤

ThiagoTosetti
dez 21, 2016
Caraca, você precisa de verdadeiros amigos. É você acaba de conhecer um, prazer sou Thiago Tosetti.

Antes de tudo, você caro leitor precisa saber, que depressão não é algo explicitamente da pessoa depressiva, e sim algo externo, o que não justifica qualquer julgamento.

Depressão é uma consequência à alguma coisa que aconteceu em algum período da vida, mas que pode não se manifestar na hora. Pode ser um trauma, um acidente, mas o mais comum são bulling, abandono (seja de tornar órfão ou apenas falta de atenção e amor), e a ausência de amigos ajuda a piorar a situação. Ou tudo isso junto.

De tudo o que ele relatou, algo passou pela cabeça dele que não passou pela minha, porém eu, novamente aprendi na pele. Tive uma experiência com isso que com certeza posso afirmar que só piorou o meu caso. 

🔔E se eu me tornasse uma psicopata? 

Ainda não pesquisei como uma pessoa se torna psicopata, mas tenho certeza de que não é tendo uma infância feliz, com sua família feliz, em uma casa de cerca branca (referencia ao personagem Dean de Sobrenatural).

Acontece que o medo de Deivid era real, eu vi a depressão acabar com uma pessoa até tornar o maior demônio da sociedade. Uma pessoa fria, calculista, mas que ao contrario de mim e de Deivid que não matamos nem uma pobre mosca, machuca pessoas, mente. Como eu escapei dessa pessoa? Eu não escapei, só consegui fugir para me esconder de sua vista. Essa pessoa ainda vigia meus passos, e no silencio tira a minha paz.


Mas não estamos aqui apenas para falar de nós, estamos aqui para dar voz àqueles que não conseguem. E tenho certeza de que esse relato vai te ajudar a ter coragem, assim como me deu coragem para me abrir nessa postagem.

Nesse livro Deivid tem uma conversa um pouco confusa com um psicólogo, retratando como realmente somos, confusos, se tudo fosse mais claro, nossos pensamentos e sentimentos, aliviaria boa parte do fardo. 

Somos guerreiros, sobreviventes


Sabe aquelas pessoas que tiveram uma infância feliz e saudável?Eu não faço parte desse grupo de pessoas.E aquelas que tiveram algum trauma na infância e encontraram uma motivação pra continuar fortes.Eu não faço parte desse grupo também.Eu faço parte do grupo que sobrevive a cada dia, como se fosse o último. Que mesmo sem uma motivação, agradecemos todo dia pelo sol que esquenta nossa alma, pois Deus nos deu mais um dia, mais uma chance de fazer melhor.
Sobrevivendo, Aline C. Duarte
12/09/2015

Se eu procurei ajuda? Eu pensei várias vezes em procurar ajuda, mas com o preconceito, as pessoas me dizendo que sou forte e com a demora do atendimento publico, eu desisti tão rápido quanto decidi procurar ajuda. O mais perto, depois de pedir a Deus, foi acupuntura, para ajudar com estresse, nervosismo, ,ansiedade, mas pelo que podem perceber não ajudou muita coisa.

Mas acima de tudo eu quero ajudar outras pessoas, e sei que não posso muito, ainda mais sem me abrir também. Por isso ao ler esse livro eu obtive um pouco mais de coragem para primeiro me abrir mais e ter força para continuar lutando e encontrar a paz. 

E espero do fundo do coração que você encontre a paz que procura, e eu digo que eu não quero procurar sozinha, então se quiser se juntar a mim e ao Deivid, estaremos de braços abertos.

Foto por @joaramos_

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Mais sobre o Autor


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Agradecimentos
Ao Mano's Tattoo​ que quando eu estava muito mal fez uma arte para mim, está exposta nessa postagem. Always Keep Fighting "Continue Sempre Lutando"
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À Fotógrafa Joana Ramos​ que me ajudou com as fotos, também expostas na postagem.
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