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Com carinho, Aline Duarte

Crônica: O dia em que nasci de novo

Foto Arquivo pessoal, Piçarras, 2016


Um dia qualquer o sol nasceu lindo no horizonte além das águas do mar, prometendo um dia gostoso para aproveitar a praia. Fui acordada cedo para me aprontar por um casal de amigos, Monica e Marcos, eles ja estavam prontos e com o carro abastecido para partirmos o quanto antes, mas minha irmã mais nova, Marcela, queria ir junto e me incomodou até eu aceitar levá-la.

A praia estava como o prometido: lotada. Cada um pegou alguma coisa do carro e fomos em direção à areia procurando por um lugar vazio. Em pouco tempo a tenda estava montada e com cadeiras de praia e suprimentos dispostos na sombra.

Deixamos a tenda em direção do mar pra nos refrescar, pessoas de todas as idades se refrescavam lá também. A água estava com uma temperatura agradável e as ondas reluziam a medida que o sol, sozinho naquela imensidão azul, brilhava num céu sem nuvens. O mar estava agitado, suas ondas quebrando fortemente em cima de nós, mas a brincadeira fluía, cortando onda, mergulhando antes dela. Decidimos adentrar um pouco mais, afim de que ficássemos onde as ondas surgiam e não onde quebravam. Era mais tranquilo.

Eu estava mais perto da praia, seguindo pelo marido da minha amiga, depois Monica com a minha irmã pentelha mais no fundo. Mas algo me intrigou, pois eu era do mesmo tamanho da minha amiga e minha irmã mais baixa que nós, e ela estava mais adentro do mar do que eu. Logo vem a resposta.

Não demorou muito tempo para eu começar a me irritar com minha irmã para ela ir para a beirada, então Monica disse que cuidaria dela para acabar com a briga. Mas também não demorou muito tempo para Monica se irritar também, porque minha irmã é gordinha e conforme ela se pendurava em Monica, ela não conseguia se manter firme.

Foi quando Monica começou a pedir socorro, eu e seu marido nos entreolhamos, achando que era para Marina se ligar e ir para a beirada. Mas resolvemos ajudar quando ela começou a engolir água, vimos que não era brincadeira. Marcos tomou a frente e foi em ajuda à sua mulher e eu fui pegar minha irmã (e dar umas boas enchidas de saco nela), combinamos.

Marcos agarrou e conseguiu puxar Monica para o raso, enquanto eu segurava Mariana pelas mãos. Eu pensei "é só nadar até o raso, vai ser fácil", mas não foi. Enquanto eu via Monica em choque no raso sendo segurada pelo marido, eu tentava manter eu e Mariana acima da superfície da água, sentia a correnteza puxando meus pés como mãos do submundo me chamando, e eu juro que quis me entregar a elas, se fosse à alguns meses atrás, eu teria me entregado de boa, mas não podia, não agora. Eu não estava sozinha, minha irmã também lutava, do jeito dela, eu era a responsável ali, e pensei em todas as coisas inacabadas que deixaria, inacabadas. Mesmo que eu não escapasse, essa dor ficaria na minha alma, mesmo do outro lado.

Enquanto eu lutava pela vida, tudo passou tão devagar, quase em câmera lenta, e eu me perguntei "é assim que se sente antes de morrer?"

Eu não sei de onde veio, mas de repente alguém apertou o "play" e eu comecei a ver as coisas no tempo "certo". Uma mão se estendeu a mim e eu segurei, quase sem forças, mas ele tinha de sobra e me deu um grande puxão, quase como um "você vai morrer, mas não hoje". Quando não conseguia sentir mais aquelas mãos do além me puxando, soltei sua mão e tentei falar o mais alto possível " minha irmã ", e lhe entregar nas mãos daquele salva vidas de Deus.

Enquanto caminhávamos do raso onde o salva vidas nos deixou até a areia só consegui dizer "obrigada" a ele e não o vi mais naquele dia, o cansaço parecia ter vindo em dobro e o que eu queria era sentar embaixo da sombra da tenda com meus amigos vivos.

Aline C. Duarte
01/10/2016

Baseado em uma história real. Os nomes foram trocados para preservar as identidades.

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